Microempresárias de Fátima do Sul apostam na sustentabilidade para vender conservas
Microempresárias de Fátima do Sul apostam na sustentabilidade para vender conservas
A história das irmãs Lucimara e Luciene é semelhante a de muitos brasileiros que procuram investir em uma atividade autônoma para melhorar o orçamento doméstico. As moradoras de Fátima do Sul participaram do curso de Conservas de Hortaliças, oferecido pelo Senar/MS –Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e pelo Sindicato Rural, há pouco mais de um mês e o resultado foi tão positivo que já planejam diversificar as opções de alimentos.
Com a divulgação feita entre um grupo de amigos e conhecidos formados em um aplicativo de mensagens instantâneas nasceu a ‘Casa das Conservas’, que produz variedades de produtos entregues a domicilio. O alto número de pedidos esbarrou na primeira dificuldade das quituteiras que foi a embalagem, porém, elas agiram com criatividade, dando exemplo de consciência ambiental. “Percebemos que o preço dos potes de vidro aumentava consideravelmente o custo de produção e teríamos que comprar de outras cidades. Então tivemos a ideia de oferecer desconto de R$ 1 para quem trouxesse a embalagem vazia. Foi um sucesso”, comenta Lucimara de Moraes Faustino, 40 anos.
Já Luciene de Moraes Faustino, 37 anos, conta que um dos pontos mais destacados na capacitação profissional é aprender o correto processo de esterilização dos recipientes que receberão os alimentos. “Higienizar é um processo meticuloso, mas, que garante ao consumidor o armazenamento das conservas com segurança. Além disso, é uma forma de contribuir com a preservação do meio ambiente, dando destinação correta ao vidro, que é um dos produtos que mais demoram a se decompor”, argumenta.
A preocupação de Luciene vem do fato de que, realmente, o vidro é um dos itens que mais demora a se desfazer no ambiente, cerca de quatro mil anos. Em contrapartida, é um material 100% reciclável. De acordo com a Abividro – Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro, atualmente, 47% do material utilizado no país é reciclado e isso significa economia de 70% no consumo de energia utilizado na produção, diminuição de 20% na emissão de poluentes atmosféricos e 50% no uso de água.
Para o presidente do Sindicato Rural de Fátima do Sul, José Ricardo Casotti, o trabalho realizado em conjunto com o Senar/MS na região tem possibilitado a aproximação entre o público rural e urbano, aumentando a conscientização sobre a necessidade de produzir sem agredir o meio ambiente. “É gratificante acompanharmos os relatos dos ex-alunos, dos quais ouvimos muitos elogios e histórias de sucesso. Além disso, diariamente recebemos pessoas interessadas em se qualificar nos cursos, indicados por amigos ou familiares que recomendaram a qualidade dos serviços prestados pelos instrutores”, pontua o dirigente.
Segundo a coordenadora educacional do Senar/MS, Terezinha Cândido de Souza, a missão da instituição se consolida a cada turma concluída e demonstra que o público tem interesse de aprender e multiplicar os conhecimentos aprendidos. “Exemplos como destas irmãs reforçam que a metodologia de ensino apresentada pela instituição vai além da execução, pois, orienta os cuidados com a manipulação de alimentos, como calcular os custos produtivos e também, entender que a sustentabilidade é responsabilidade de todos”, ressalta.
Planejamento familiar – a linha de produção das irmãs Faustino inclui as seguintes opções de conservas: couve-flor, brócolis, cebolinha, cenoura, batata e pepino. Contudo, elas fazem planos futuros para aumentar a diversidade de produtos, depois de participar do curso de Produção de Derivados do Leite. “Já participei de várias capacitações, mas, não imaginava que fosse tão descomplicado produzir subprodutos do leite. Daqui para frente vamos trabalhar e planejar como incluir esta nova produção, dando preferência para os produtores da região”, conclui Luciene.
Fonte: Assessoria de Comunicação Sistema Famasul – Aline Oliveira