Resultados de quatro anos do Mais Inovação serão apresentados na reunião do GTPS
Resultados de quatro anos do Mais Inovação serão apresentados na reunião do GTPS
O Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural estará presente no Seminário Anual do GTPS – Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável realizado no próximo dia 7 de junho, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo. O evento abordará temas ligados à atividade pecuária da atualidade, com apresentação de três painéis, entre eles o ‘Desafios para Intensificação da Pecuária’, no qual serão apresentados os resultados do primeiro programa de assistência técnica e gerencial idealizado pela regional de Mato Grosso do Sul – o Mais Inovação.
Implantado a partir de 2012 em parceria com o Sebrae/MS – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o programa é uma das vertentes da metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS e atua com um modelo que apresenta ao produtor rural novas tecnologias de manejo, além de incentivar práticas de produção sustentáveis, empreendedorismo e foco no aumento da produtividade e renda das propriedades assistidas.
Atualmente 195 produtores rurais são atendidos em 29 municípios do Estado e os resultados obtidos nas consultorias reforçam a eficácia de se promover melhorias na gestão e com a implantação de sistemas produtivos integrados como ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, IPF – Integração Pecuária e Floresta e ILP – Integração Lavoura e Pecuária. As técnicas sugeridas e orientadas pela equipe de técnicos de campo contribuem para melhorar a eficiência produtiva no uso dos recursos naturais, possibilitando a adaptação do setor agropecuário com a necessidade de se produzir com sustentabilidade.
Na avaliação do superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, o trabalho iniciado pelo Mais Inovação é uma grande contribuição para agropecuária na região Centro-Oeste. “É um projeto pioneiro de assistência técnica em Mato Grosso do Sul e tem a finalidade de incorporar tecnologias que possibilitarão melhoria de renda e lucro na atividade pecuária. Um dos pontos mais importantes desse trabalho foi desenvolver ações que demonstram consonância com a agricultura de baixo carbono e consequentemente, com a redução de gases de efeito estufa”, detalha.
Beretta reforça que, apesar do programa ser conhecido como de atendimento a pecuária de corte, isso não impede que possa ser utilizado em outros segmentos do setor rural. “A metodologia do Mais Inovação oferece inovações tecnológicas que podem atender também o produtor de leite, o agricultor e os interessados em implantar o sistema de recuperação de pastagens, o ILPF e o plantio de Florestas artificiais”, argumenta.
Equipe afinada – O agrônomo Leandro Machado da Silveira atua no Mais Inovação desde o início das atividades e presta assistência para 30 produtores rurais, em diversas regiões. Ele relata que o maior reconhecimento do seu trabalho é fazer a comparação da produção do início até os dias atuais. “Iniciei os atendimentos com foco na recuperação e reforma de pastagens degradadas e acompanhando os resultados de cada propriedade, verifiquei que o crescimento na lotação de animais por área chegou a cinco vezes mais”, revela.
O maior desafio encontrado por Silveira nesses quatro anos de orientação técnica foi a resistência encontrada junto aos produtores que ficavam receosos de modificar manejos que já estão adaptados, mas que não atendem mais as necessidades produtivas atuais. “Procuro sempre explicar ao produtor a importância de se mudar o comportamento e demonstrar o que podemos aplicar. Sempre proponho que façam a experiência em uma pequena área da propriedade e quando eles comprovam o resultado ficam bastante satisfeitos”, acrescenta o profissional que atua na região Leste de Mato Grosso do Sul.
Segundo o zootecnista, Daniel Dantas, que atende 30 produtores na região Sudoeste do Estado, um dos fatores mais gratificantes no trabalho é observar a mudança de comportamento dos produtores e seus funcionários. “É motivo de realização profissional acompanhar a satisfação e vontade de aprender do produtor ao perceber que, seguindo as recomendações, obterá sempre resultados positivos. A motivação do proprietário é visível e reflete em todos os colaboradores que demonstram interesse em aprender mais”, pontua.
Dantas dá exemplo de dois produtores que transformaram significativamente a atividade pecuária depois de aderirem ao Mais Inovação. “O primeiro é o senhor Massao que, literalmente, abriu as portas de sua propriedade para experimentos com lavoura (ILP) e que foram demonstrados em um dia de campo para 150 pessoas, no município de Miranda. Ele iniciou o projeto com plantio de soja e agora investiu no milho para alimentação do rebanho”, detalha.
O segundo caso vem de Anastácio, na propriedade do senhor Raimundo que se dedica à atividade de pecuária de corte. “Quando chegamos ao local comprovamos que a área de pastagem estava totalmente degradada. Com as modificações no manejo montamos oito pastos que aumentaram a lotação de 0,5 para 3 animais por hectare”, conclui.
Sustentabilidade – Cabe destacar que o programa Mais Inovação é desenvolvido com orientações que tem como objetivo principal a produção sustentável obtida a partir do desenvolvimento de diferentes culturas na mesma área, aumento da produção animal em menor espaço, redução na emissão de gases de efeito estufa (GEE) e fixação de carbono via fotossíntese e matéria orgânica do solo.