Com apenas 26 anos, Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti já carrega em sua bagagem muitas histórias de quem, desde cedo, sabe da importância do trabalho e da força da representatividade e da união. Ela é atualmente a 1ª Diretora Executiva Financeira da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja de MS e ocupa também o cargo de 2ª Diretora Tesoureira do Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de MS.

 A itaporanense, nascida em uma família de produtores rurais, é também advogada e faz parte do Conselho de Família do Grupo Jangada, compondo os Comitês de Gestão de cada empresa deste grupo empresarial, além de prestar serviços na esfera jurídica. “O convite para assumir a diretoria da Aprosoja/MS veio em 2013, por meio do então presidente da instituição, Maurício Saito, que agora está à frente da presidência do Sistema Famasul”, comenta Thaís.

 Thaís não teve muito receio de assumir uma posição de tamanha relevância na instituição, sendo a primeira mulher no cargo. “Quanta responsabilidade. Este foi o primeiro pensamento que me surgiu quando recebi o convite do Saito. Meus receios eram de como conseguiria exercer tamanha função sendo  ainda jovem e com pouca inserção no meio sindical. Sabia que poderia existir alguma dose de resistência, mas, como fruto do trabalho sério e dedicação constante, pude driblar todas as incertezas e questionamentos e, com tranquilidade, posso dizer que o papel foi e está sendo cumprido”.

O medo inicial do que poderia vir é o reflexo do que, na avaliação da líder, ainda ocorre no campo e, por que não dizer, no meio urbano. “O setor certamente ainda enfrenta preconceitos, mesmo que de forma mais sutil”, comenta. Para a diretora da Aprosoja/MS, a alternativa para driblar esta dificuldade é a conduta profissional e o conhecimento. “Os números mostram que há um constante avanço da atuação feminina em todos os segmentos da agropecuária. Exemplo disso é que hoje são mais de 3,5 milhões de mulheres atuando no Agro. É um número considerável e demonstra a nossa capacidade de trabalho, confirmando nossa força empreendedora na cidade e no campo”.

 A jovem liderança rural acrescenta que a relação homem X mulher vem se modificando na zona rural e na cidade. “Em um ambiente cuja atuação histórica é predominantemente masculina, a resistência por ‘eles’ em relação a ‘elas’ ainda se faz presente”.

Thaís defende que a inserção da mulher no comando ou no centro de qualquer negócio é também uma realidade no campo. “É evidente que, devido à graça da maternidade e à cobrança social, a busca para se alcançar o equilíbrio no trinômio família/pessoal/trabalho é muito mais desafiadora para as mulheres, as quais, inclusive, não devem perder a feminilidade característica. É preciso ter coragem, perseverança, trabalho duro e resiliência como fatores-chave para conseguir os avanços”.

Thaís participou Programa de Lideranças Rurais do MS – Líder MS II, um curso de pós-graduação com duração de dois anos, promovido pelo Sistema Famasul, em parceria com a Academia de Empreendedorismo Rural – AER e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo – ESALQ. A turma foi composta por lideranças atuais e por possíveis futuras lideranças estaduais do agronegócio.

“O aprendizado conquistado foi magnífico. Pude reconhecer que, para se tornar uma liderança no setor, a atuação no e para o agronegócio vai muito além da porteira, passando por matérias como economia, ciência política, direito, administração, etc. Acredito muito na força da sabedoria e do conhecimento. Portanto, a busca por essas importantes ferramentas deve ser como um leão faminto que caça sua presa. Não se pode parar. Os planos são muitos. Além do Direito, pretendo aprofundar meu conhecimento em Gestão, principalmente nas áreas da agropecuária e pessoas”, complementa.