Engajada no Outubro Rosa, Famasul promove dia de prevenção do câncer de mama
Engajada no Outubro Rosa, Famasul promove dia de prevenção do câncer de mama
O câncer de mama é um dos que mais acomete mulheres no País, respondendo por 25% dos casos registrados a cada ano de acordo com dados do Inca – Instituto Nacional de Câncer. Apesar da gravidade, a doença tem cura se for constatada em seu estágio inicial. Foi justamente o cuidado com a prevenção que ajudou a analista administrativa do Senar/MS – Serviço de Aprendizagem Rural, Vanda Lopes, de 43 anos, que descobriu a doença durante um exame de rotina.
Sem nenhum caso na família e aparentemente fora do padrão de risco, em março deste ano Vanda descobriu um pequeno nódulo no seio. Mas ao contrário do que muita gente relata, a constatação não trouxe medo e o processo de aceitação foi relativamente tranquilo. “O primeiro diagnóstico veio como altamente suspeito. Acredito que a palavra ‘suspeito’ foi justamente o que me preparou. Nem a queda de cabelo me assustou e devo muito isso a todas as pessoas que estavam a minha volta, amigos e familiares, que trataram do tema com tranquilidade”, salientou a analista, que mantém normalmente suas atividades na sede da Casa Rural.
Pensando na saúde e bem-estar de suas funcionárias, o Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, junto com o Hospital do Câncer Alfredo Abrão, realizará um dia de conscientização sobre a importância da prevenção. A ação acontecerá no dia 21 de outubro, a partir das 14 horas, na sede da instituição. Na federação, 55,8% do quadro de funcionários é composto por mulheres, o que corresponde a um total de 58 colaboradoras. Além disso, a instituição conta com quatro estagiárias e oito funcionárias terceirizadas, que também poderão marcar exames preventivos como mamografia e Papanicolau no Hospital de Câncer Alfredo Abrão e assistir uma palestra sobre o tema, ministrada pelo médico ginecologista, César Galhardo.
Outra colaborada do Sistema Famasul que também respira aliviada após o susto de descobrir um tumor é a assessora de imprensa, Aline de Oliveira. A preocupação com a saúde permitiu que Aline, 41 anos, chegasse ao diagnóstico precoce de um nódulo no seio. Em um exame periódico ela descobriu o intruso de 2,5 centímetros, posteriormente diagnosticado como benigno mas que acendeu o alerta amarelo e reforçou a importância de realizar os exames preventivos.
“O nódulo apareceu no exame de rotina, um ultrassom solicitado pelo médico. Apesar do tamanho do tumor, nunca senti nada e também não tenho casos na família”, conta Aline, que se submeteu na semana passada a cirurgia de retirada. Não é a primeira vez que a assessora passa por um susto desses. Há três anos, foi submetida a outra cirurgia para retirar um tumor localizado na omoplata, osso em forma de triângulo localizado na parte superior do ombro. “Foi uma cirurgia complexa e até hoje eu tenho limitação para pegar peso, mas isso não é nada diante da benção de viver e viver bem”, afirma.
Com a forte suspeita de câncer no passado, Aline tomou uma decisão. “Pintei meus cabelos de vermelho porque achei que ia cair, então resolvi mudar de loiro para ruivo. Os cabelos não caíram, já que não precisei fazer quimioterapia, mas a cor eu mantenho até hoje”, conta em meio a gargalhadas de quem encara com bom humor e leveza a adversidade.
Com a alta incidência de casos envolvendo mulheres, a prevenção é peça fundamental para o combate à doença. Para a diretora secretária do Sistema Famasul, Terezinha Candido, a ação da Famasul é essencial porque muitas mulheres deixam de cuidar da própria saúde alegando falta de tempo, diante da rotina diária de trabalho. “Nós mulheres muitas vezes cuidamos dos nossos entes amados e esquecemos de cuidarmos de nós mesmas. É filho, marido, trabalho, amigos e parentes, que muitas vezes colocamos na frente inclusive da nossa saúde. Por amor a essas pessoas e também por amor próprio é que a saúde deve ficar em primeiro lugar”.
De acordo com as informações do Inca, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Em 2015, foram registrados 57,1 mil casos no Brasil. “A prevenção é peça fundamental para que esses casos diminuam e para que mortes não ocorram. Nos preocupa a saúde dos funcionários e acreditamos que ações como estas servem de alerta. É uma corrente do bem”, salienta Terezinha, reforçando a necessidade de que a prevenção chegue às mulheres do campo. “Elas têm menos acesso à saúde por causa do transporte e da distância. É uma realidade que tem que mudar rapidamente para diminuir o número de mortes gerado pela doença”.
Segundo o diretor-presidente Hospital de Câncer, Carlos Alberto Coimbra, a ação na Famasul demonstra a preocupação da instituição com a saúde de mulher. “O câncer tem cura e quanto mais cedo for diagnosticado, menos agressivo será o tratamento e maiores serão as chances de cura. É papel do Hospital difundir informações, diagnosticar e tratar a doença”, salienta Coimbra.
O que as duas mulheres guerreiras do Sistema Famasul têm em comum é que o problema de saúde mudou a forma de ver a vida. “Para mim, a palavra saúde representa oportunidade de vida”, destaca Aline. Vanda também dá mais valor à vida. “Antes eu gostava de uma folga para ficar em casa. Agora não, eu quero é andar à toa”. O conselho de ambas também é o mesmo: prevenção. “Invista na sua saúde Quanto antes a doença for descoberta, maior é a possibilidade de cura”, destaca Vânia.