“É gratificante ver que a experiência do trabalho de vários anos como funcionária pode ser aplicada na minha propriedade”. A satisfação foi demonstrada pela produtora familiar, Maria Rosimeire dos Santos, 41 anos, moradora no assentamento Santa Mônica, localizado no município de Terenos. Maria Rosimeire é uma das 32 participantes do programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural que fornecerá hortifrutigranjeiros semanalmente para uma das lojas da rede Fort Atacadista, em Campo Grande.

Nesta quarta-feira (10), foi realizada o ato de entrega da primeira leva de leguminosas e verduras com a participação da vice-governadora do Estado, Rose Modesto, que reforçou a relevância do trabalho conjunto. “O que verificamos aqui foi a união de esforços do governo estadual, municipal e da iniciativa privada, para apoiar a geração de renda e trabalho. Neste sentido, a Famasul e o Senar desempenham um trabalho importante que é capacitar e orientar produtores e trabalhadores rurais, que já estão participando para o desenvolvimento e a economia de Mato Grosso do Sul”, ressaltou durante o evento, realizado no Fort Atacadista do bairro Moreninhas.

Entre os produtos fornecidos estão abóbora paulista, berinjela, jiló, mandioca, milho, pimentão, pepino comum e japonês, quiabo, alface crespa, agrião e couve. As entregas serão realizadas três vezes por semana, totalizando cerca de três mil quilos de leguminosas e 300 maços de hortaliças.

Moradora em um lote de sete hectares, Maria Rosimeire conheceu o trabalho do Senar por intermédio da Cooplaf – Cooperativa para a Pecuária de Leite Mista e Agricultura Familiar. “Eu já tinha uma pequena criação para produção de leite e plantava algumas leguminosas, mas quando me cooperei comecei a participar das capacitações do Senar e estou muito satisfeita. Ter condições de vender minha produção para uma rede de supermercados como esta é um sonho que se realiza”, comenta emocionada.

Para o presidente do Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de MS, Nilton Pickler, os produtores de Terenos são exemplo de trabalho e força de vontade. “O trabalho realizado pelo Senar/MS com os produtores do município aponta para duas situações: uma que é possível alavancarmos a produção de hortifrutigranjeiros local e a outra que muitas pessoas precisam apenas de uma oportunidade para mostrar seu trabalho”

O trabalho realizado pelo programa de ATER – Assistência técnica e Extensão Rural começou em outubro do ano passado e acompanha 32 produtores familiares oriundos de 10 assentamentos da região. A metodologia que inclui orientação e capacitações levou a equipe a desenvolver um projeto de intermediação para venda da produção, iniciado em dezembro.

A gerente comercial do Fort Atacadista (Unidade Moreninhas), Solange Dambrowski, afirmou que os novos ‘fornecedores’ demonstraram pontualidade e qualidade nos produtos, o que reforça confiança na relação comercial. “Nossa meta é oferecer ao nosso consumidor alimentos frescos e de qualidade e confirmamos na primeira entrega destes produtores o comprometimento. Acompanhei o convênio desde o início e posso garantir que encontrei pessoas confiantes e com muita vontade de trabalhar e produzir”, avaliou.

Segundo o superintendente do Senar, Rogério Beretta, o resultado alcançado pelo grupo é prova de o trabalho em equipe aumenta as chances das pessoas modificarem a condição de vida. “É difícil para os órgãos públicos atenderem os produtores isoladamente, mas quando vocês se unem em associações ou cooperativas conquistam melhores oportunidades. Então, meu recado é que continuem se capacitando e trabalhando em equipe para aumentar a produção e conquistar outros mercados”, considerou.

Para a diretora executiva da Cooplaf, Lucilha Almeida, a sensação é de dever cumprido. “O pontapé inicial que mudará a vida dos cooperados da nossa região foi dado e só tenho que agradecer a colaboração de todos que tornaram possível, que hoje, tenhamos para onde escoar nossa produção. Tenho certeza, que com apoio que temos recebido da Famasul e do Senar, em pouco temos, conseguiremos aumentar nossa produção e ter autossuficiência na produção de frutas, verduras e leguminosas”, finalizou.