A partir de 20 de junho inicia a estação climática do inverno, que em Mato Grosso do Sul é caracterizado pela diminuição drástica da umidade do ar, aumento da velocidade do vento e seca das vegetações. Estes fatores combinados aumentam a possibilidade de incêndios, que totalizaram 2.439 focos no ano passado, segundo informações divulgadas pela Reflore/MS – Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas.

Com a preocupação de alertar os produtores e participar da campanha de prevenção aos incêndios, o Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul firmou um termo de cooperação com o Governo do Estado e a Reflore e promoveu na última segunda-feira (8) uma palestra para os técnicos do Senar/MS – Serviço nacional de Aprendizagem Rural que atuam nos programas de Assistência Técnica e Extensão Rural, no auditório da Casa Rural, sede da entidade.

O instrutor responsável pela capacitação, Ramiro Juliano da Silva, explicou os perigos dos incêndios nas áreas rurais e o trabalho que deve ser realizado pela equipe. “Apresentamos aos participantes a questão meteorológica e os fatores que propiciam os focos de incêndio, causados na maioria das vezes pela ação humana. Nossos técnicos serão multiplicadores de informações preventivas e auxiliarão ainda a identificar quais as áreas com maior perigo”, destacou.

Silva destacou que a atuação dos agentes do Senar é importante para segurança de todos os envolvidos, desde os moradores das áreas rurais, criações até a fauna e flora da região. “O trabalho do Senar/MS é atuar na prevenção, com oferecimento de cursos preventivos e de controle para produtores rurais. Reforçamos ainda a importância da NR 23, que determina a criação de brigadas de incêndio em propriedades e associações rurais, preparando assim equipes que possam atuar em situações de emergência”, acrescentou.

Panorama em MS – O balanço divulgado pela associação apontou que entre os principais fatores causadores de incêndios no Estado estão: renovação de pastagem (30%), vandalismo (22%), raios e queima para cultivo (11%) e acidentes (4%). É válido destacar que o fogo na vegetação causa danos na sociedade e nos ecossistemas, com problemas sociais, econômicos, ecológicos e culturais.

De acordo com o diretor executivo da Reflore, Benedito Mário Lázaro, é preciso reunir ações do Senar/MS, Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Agraer – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural para criar uma cultura florestal forte e atuante. “Iniciamos a campanha trabalhando em municípios com base florestal, como Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas. No entanto, pretendemos criar musculatura para ampliar esta rede de esclarecimento e com este objetivo, contamos com datas comemorativas, feiras, exposições e a partir deste ano realizaremos palestras e apresentações teatrais em escolas da rede pública”, detalhou.

Lázaro está otimista com a adesão das instituições e pontua que a mudança de comportamento é um trabalho de médio prazo que necessita de apoio logístico e operacional. “Com apoio da Famasul e Senar conseguiremos chegar aos municípios mais distantes, através da mobilização dos sindicatos rurais no oferecimento de cursos. As ações do Ibama também são fundamentais e a Agraer tem uma atuação expressiva nos assentamentos do Estado”, argumentou.

Sobre a Campanha – Ano passado, o tema da campanha foi “Vida – preserve o que realmente importa”. Em 2015, o slogan é “Onde o fogo começa, a vida termina”. O trabalho inclui peças publicitárias como panfletos, outdoors e propagandas no rádio, além da estratégia voltada para as redes sociais. Serão executadas ainda ações de cunho educacional e de conscientização entre os municípios próximos as áreas consideradas de risco.