Agropecuária: a evolução de Mato Grosso do Sul como uma das principais regiões produtoras do país
Agropecuária: a evolução de Mato Grosso do Sul como uma das principais regiões produtoras do país
Desde sua criação, em 1977, por estar localizado em território fértil, Mato Grosso do Sul sempre se destacou pelo potencial agrícola. Nesses 44 anos de história, foi um dos setores mais alavancados, possibilitando que saísse de importador para uma das unidades da Federação que mais exportam mercadorias. Este é o tema da reportagem especial do #MercadoAgropecuário deste 11 de outubro, aniversário de Mato Grosso do Sul.
1979 – 2000
A partir de sua concretização como estado em 1º de janeiro de 1979, a expansão de áreas agrícolas, o desbravamento do território estadual com os rebanhos, e o pioneirismo na superação de desafios físicos para produzir em um ambiente ainda em formação foram as principais questões a serem desenvolvidas no século XX. A produção de grãos nos anos de 1977/78 era de 987 mil toneladas em uma área de 1,3 milhões de hectares.
2000 – 2010
No século XXI, a agropecuária começa a evoluir tecnologicamente: expansão de áreas em territórios não tão férteis, correção de solos, uso racional de fertilizantes são algumas das características que marcam o período, além da intensificação das áreas, que permitiu o aumento de produtividade por hectare.
“Aqui entram variedades de soja e milho com alto rendimento, melhoramento genético dos rebanhos bovinos, suínos e de aves, novas ferramentas, processos e máquinas, capacitação de mão de obra, digitalização dos processos e comunicação fazem parte do desenvolvimento nos 10 primeiros anos do milênio”, explica o gerente técnico do Sistema Famasul, José Pádua.
O processo de expansão da agroindústria em Mato Grosso do Sul também acontece nessa época. Destaque para a chegada de frigoríficos de bovinos, suínos e aves, e de grandes cooperativas agrícolas.
2010 – 2022
Tivemos a transformação das áreas produtivas de pastagens para grãos e florestas plantadas, o estímulo com a expansão de indústrias de celulose na costa leste do estado, aumenta a demanda das mercadorias e, ao mesmo tempo, a alta busca internacional pela soja, especialmente da China.
“Então, nos últimos 11 anos, a introdução dos sistemas integrados de ILP e ILPF, que são o aumento da atenção e adesão aos sistemas sustentáveis, focados em produção de baixo carbono, conservação de solo e água, intensificação da pecuária de corte por meio do melhor manejo das pastagens e uso de suplementação estratégica, foram os grandes destaques do setor”, ressalta José Pádua.
Agricultura
A safra 2020/21 registrou mais de 20 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 1.942,5% em comparação com a primeira safra do estado. Já a área destinada à produção, hoje chega a 5,9 milhões de hectares, variação de 340,7%. Atualmente, MS ocupa o 5º lugar no ranking nacional de produção de grãos.
Soja – O estado saiu de uma área de 494 mil hectares na safra 1977/78 para 3,5 milhões/ha em 2020/21. Um avanço de 614,3%.
Já a produção passou de 472 mil toneladas para 13,3 milhões de toneladas no mesmo período avaliado, um salto de 2.719%.
Milho – Um dos maiores avanços no setor agrícola do estado, a produção de milho saltou de 101 mil hectares na safra 1978/79 para 2,2 milhões em 2020/21. Um crescimento de 2.157,9% em área plantada.
Já a produção, que era de 176 mil toneladas, foi para 6,5 milhões de toneladas – o maior aumento registrado nos 44 anos do MS, chegando a 3.609,2% de volume de produção.
Para a analista técnica do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira, Mato Grosso do Sul alcança posição de destaque nacional na produção agrícola, investindo em tecnologia, com apoio de instituições de pesquisa e implantando sistemas sustentáveis de produção. “O estado tem área superior a 35 milhões de hectares, sendo 6,65 milhões destinadas ao cultivo agrícola e florestas plantadas. Parte da evolução dos 340,7% na área de produção de grãos de MS é resultado da conversão de áreas de pastagens, foram mais de 3,6 milhões de hectares direcionados para a produção agrícola e florestal”, explica.
Florestas Plantadas – O setor florestal conquistou espaço na produção agropecuária sul-mato-grossense e, atualmente, são mais de 1,1 milhão de hectares de florestas plantadas, garantindo o 2º lugar no ranking nacional. O desenvolvimento do setor florestal possibilitou alto investimento no sistema de ILPF, que já supera 2 milhões de hectares e ocupa o primeiro lugar entre os estados que adotam essa estratégia de produção.
Cana-de-açúcar – O cultivo da cana-de-açúcar e a produção de biocombustível reforça o compromisso de Mato Grosso do Sul com a questão da sustentabilidade, o que contribui para a redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). O estado ocupa a 5ª posição no ranking nacional com a produção de 2,8 bilhões de litros de etanol na safra 2020/2021. "A contribuição de Mato Grosso do Sul para reduzir as emissões de GEE poderá aumentar quando entrarem em operação as indústrias de produção de etanol de milho, com estimativa inicial de mais de 910 milhões de litros de etanol", destaca, Eliamar.
A produção saltou de 9 milhões de toneladas na safra de 2005/2006 para 48 milhões de toneladas em 2020/2021, aumento de 400% no volume.
Pecuária
O crescimento na produção de proteína no estado tem relação direta com sua localização geográfica, as condições edafoclimáticas favoráveis, aptidão na produção de grãos, ingredientes essenciais para a alimentação de suínos e aves, e ainda iniciativas e políticas públicas que atraem e estimulam o investimento do setor produtivo no aumento da produtividade e da qualidade da produção.
“Criado pelo governo de Mato Grosso do Sul, o Programa de Avanços na Pecuária (PROAPE) prevê que produtores de bovino de corte podem ser remunerados pelas boas e sustentáveis práticas de produção e pela qualidade do animal produzido com base nos programas Precoce MS, Carne Orgânica do Pantanal e Carne Sustentável do Pantanal. Os produtores de suínos também são estimulados a desenvolverem uma produção sustentável e moderna por meio da concessão de benefícios por meio do Leitão Vida”, ressalta Eliamar.
Nos últimos 23 anos o resultado foi um crescimento de 88,28% na produção de carne, com destaque para a carne suína, que aumentou 416%.
Comercialização
Segundo o departamento técnico do Sistema Famasul, a produção de riqueza no MS, mensurada pelo Produto Interno Bruto (PIB), totalizou R$ 106,96 bilhões em 2018. A agropecuária respondeu por 17% desse valor, com o equivalente a R$ 18,29 bilhões. Quando comparado a 2002 (ano inicial da série) houve crescimento de 550,6% no total e de 393,9% no PIB da agropecuária.
O desenvolvimento da agropecuária possibilitou a Mato Grosso do Sul conquistar espaço no cenário mundial e aumentar a participação na balança comercial brasileira. O faturamento do estado com as exportações do agronegócio superou os US$ 5,5 bilhões em 2020 e garantiu o 8º lugar no ranking brasileiro. Os embarques de MS para o exterior cresceram 1.153% desde a segunda metade da década de 90, após reestruturação das políticas brasileiras para intensificar a abertura comercial.
O agro é responsável por 96% da receita com as exportações do Mato Grosso do Sul. Os produtos vão para 149 países. Para se ter uma ideia, em 1997 eram apenas 47 destinos. Hoje a China se sobressai entre os principais compradores, sendo responsável por 46,5% das aquisições de mercadorias do agronegócio do estado.
Mercado Agropecuário – O Sistema Famasul divulga todas as semanas uma matéria sobre o andamento das principais cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul. Acompanhe! Conheça também: Educação no Campo e Transformando Vidas.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Vitor Ilis