Com US$7,8 bilhões em exportações do agro, MS recebe 9ª edição do programa AgroBrazil em busca de novos mercados
Com US$7,8 bilhões em exportações do agro, MS recebe 9ª edição do programa AgroBrazil em busca de novos mercados
Foram quatro dias intensos pelas estradas de Mato Grosso do Sul. Diplomatas tiveram a oportunidade de conhecer o potencial produtivo e econômico do estado através do trabalho desenvolvido em propriedades rurais e agroindústrias.
A visita aconteceu por meio do programa AgroBrazil, que há nove anos é realizada pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e nesta edição envolveu representantes da Tailândia, Reino Unido, Alemanha, Coréia do Sul, Emirados Árabes, Austrália, Turquia, Indonésia, Espanha e Canadá.
A programação começou na manhã segunda-feira (18), na sede do Sistema Famasul, com uma apresentação do trabalho desenvolvido pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
“Tenho certeza de que vocês vão levar para casa o conhecimento de que o produtor brasileiro produz com qualidade, sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente. O tripé: econômico, sustentável e ambiental, será a maior lembrança que vocês terão de Mato Grosso do Sul”, destacou o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni.
Da Casa Rural, a caravana com mais de 20 pessoas seguiu para a Embrapa Gado de Corte. O pesquisador e chefe-geral da instituição, Antônio do Nascimento Ferreira Rosa (Toti), recebeu os diplomatas e apresentou a equipe que trabalha com pesquisa e desenvolvimento para produção agropecuária brasileira.
Ainda em Campo Grande, os visitantes conheceram o Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte, sede do Curso Técnico em Agropecuária do Senar/MS. O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, juntamente com o diretor-tesoureiro da Famasul, Frederico Stella; o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan; e o diretor do Centro de Excelência, Gustavo Cavalca, fez a recepção dos visitantes comandada pelo vice-presidente de relações internacionais da CNA, Gedeão Pereira.
Depois de uma visita pelas instalações do Centro, o grupo partiu para Terenos para conhecer o Projeto Pacu. A empresa trabalha com a reprodução de espécies de peixes nativos. O principal produto do Projeto Pacu é o alevino de dourado, usado para controle biológico na produção de tilápia.
Simão Brum, diretor do projeto, explicou como funciona o protocolo. “Quando a tilápia atinge 40g é introduzida uma quantidade de alevino de dourado na proporção de 1%. Com isso, é garantido que a tilápia cresça no tamanho ideal com preços maiores e baixando custos, como ração e oxigênio”.
Na terça-feira (19), a expedição seguiu para Aquidauana, onde conheceu a Fazenda São José, que trabalha com cria e recria de bovinos no Pantanal. Desde 1989, o proprietário abriu as porteiras para o turismo.
“É gratificante mostrar não só a nossa produção, mas o nosso bioma para pessoas que vem de fora. Mostrar a nossa realidade e o nosso compromisso com o Pantanal e Meio Ambiente”, diz o proprietário da Fazenda São José, André Luís Murano.
No mesmo dia, há 130km de distância, a caravana visitou a Fazenda Recanto, em Sidrolândia. Forte produtora de grãos, a propriedade possui 12 mil hectares de área plantada. O proprietário, Lúcio Basso, agradeceu a oportunidade de apresentar o trabalho desenvolvido. “A gente precisa fomentar esse tipo de visita para que os países venham conhecer o nosso potencial e venham fazer negócios aqui. Só assim, conhecendo pessoalmente, eles terão a noção do quão grande e poderoso é o Brasil”.
Em mais um dia em busca de conhecimento sobre o agro de Mato Grosso do Sul, na quarta-feira (20), o grupo esteve em Dourados, conhecendo a produção de combustível da Inpasa. A indústria chega a produzir 935 milhões de litros de etanol de milho por ano. Fora outros produtos como o óleo de milho e DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis) como fonte de proteína para nutrição animal. A empresa cria alternativas para o produtor rural negociar sua produção de milho, transformando o grão em combustível sustentável, com 80% menos CO2 que a gasolina.
No mesmo dia, a caravana seguiu para Naviraí, com dentinho à Copasul (Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense). Os diplomatas puderam visitar indústria de fios de algodão que produz mais de 24 mil toneladas ao ano. Também conheceram a fecularia de mandioca que deve fechar o ano com mais de 28 mil toneladas de fécula.
Ainda na quinta-feira, os diplomatas se reuniram com representantes da ASSUMAS, a Associação Sul-Mato-Grossense de suinocultures, para conhecer um pouco mais sobre a produção de suínos no estado.
“Têm sido dias muito cheios, mas muito produtivos. A oportunidade destes países conhecerem a variedade da produção brasileira, desta vez, percorrendo este estado rico e importante para o País e para o nosso setor”, explica Sueme Mori Andrade, diretora de relações internacionais da CNA.
Quinta-feira (21) e último dia de visitas, os diplomatas estiveram em Caarapó, há mais de 270km da Capital. Foi a vez de conhecer a Fazenda Nossa Senhora das Graças. A propriedade trabalha com integração lavoura-pecuária. “A pecuária, de certa forma, causa muitas dúvidas aos nossos países compradores. Esse movimento serve justamente para termos a chance de falarmos sem reservas o que fazemos aqui. Mostrarmos como tudo é feito com seriedade e cuidado. Importante eles verem com os próprios olhos para poderem compartilhar informações lá fora”, acredita o produtor rural, André Bartocci.
À noite e de volta para Campo Grande, os participantes do programa foram recebidos na Casa Rural novamente para o fechamento da missão. Mais uma vez a presidência do Sistema Famasul se fez presente para agradecer a escolha do estado para esta 9ª edição do programa. “Foi bonito de ver o potencial de Mato Grosso do Sul. Pecuária e agricultura com tecnologia de ponta e competitividade que traz o cerrado brasileiro. Parabéns a todos pelo excelente trabalho”, comentou Gedeão Pereira, vice-presidente de relações internacionais da CNA.
“Um programa como este é de grande importância para o nosso produtor, para o nosso setor e para o País. Quero agradecer a todos os convidados, diplomatas, ao Gedeão Pereira, equipe da CNA e jornalistas que se fizeram presentes e em cada parada da caravana estiveram abertos a conhecer o nosso campo. O agronegócio sul-mato-grossense é de qualidade, é sustentável e sério”, disse o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni.
“Foram quatro dias interessantes, obrigado por nos permitir não somente olhar, mas viver o agronegócio sul-mato-grossense. Podem ter certeza de que vamos levar o que vimos aqui para as embaixadas e para os nossos países. Começamos na Casa Rural a nossa viagem e encerramos aqui, muito satisfeitos com o resultado”, finalizou Roland Philipp Walter Mohr, representante da embaixada da Alemanha.
Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Michelle Machado