Assistência técnica do Senar/MS atenderá mais de dois mil produtores até 2016
Assistência técnica do Senar/MS atenderá mais de dois mil produtores até 2016
Com um aumento de 239% no número de produtores rurais atendidos no último ano (2014-2015), o programa de ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural oferece atualmente orientação nas atividades de bovinocultura de corte, leite, hortifrutigranjeiros, florestas e piscicultura para 1.526 famílias da agricultura familiar. A meta para 2016 é chegar a 2.154 propriedades, afirmou o superintendente regional, Rogério Beretta, durante o Encontro Nacional de Superintendentes do Senar realizado na última quarta-feira (2), na sede da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande.
O projeto que impulsionou o ATER foi o ‘Mais Inovação’, iniciado em 2012 e que oferecia inicialmente consultoria para produtores de bovinocultura de corte com foco na inserção de tecnologias para manejo e análise de aptidão do solo, orientação na construção de plano de negócios, gestão, comercialização e logística. Com o lançamento da Assistência Técnica do Senar, a regional de Mato Grosso do Sul ampliou o atendimento para outras cadeias produtivas e com apoio dos Sindicatos Rurais estima aumentar o número de pessoas atendidas.
Na avaliação de Beretta, a adesão dos produtores está diretamente ligada ao trabalho de mobilização dos técnicos de campo. “Um dos fatores que impulsionaram o aumento dos participantes foi o trabalho realizado por nossa equipe, que vai do diagnóstico a indicação de capacitações oferecidas pelo Senar. Esta integração entre os setores técnico e educacional foi positiva e resultou na reformulação e criação de novos cursos”, revelou.
Os superintendentes de 27 regionais do Senar participaram da reunião e tiveram acesso ao detalhamento das ações e dos resultados alcançados nos cinco programas. Segundo a gestora do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Setor, Mariana Urt, a primeira atitude que os técnicos tomam é avaliar individualmente a situação de cada participante. “Este primeiro momento é mais difícil, requer do profissional a capacidade de perceber a situação emocional do produtor, pois, muitos estão desanimados por não conseguirem obter o sustento da família pela atividade que escolheram”, apontou.
Após o primeiro contato, os técnicos realizam a seleção dos participantes que é fundamental para o desenvolvimento da assistência técnica. “É preciso identificar candidatos que realmente são produtores rurais e não apenas, proprietários de áreas utilizadas para o lazer nos finais de semana. Preferimos atender pessoas realmente interessadas em produzir mais e melhor, do que aqueles que colocam empecilhos à orientação do técnico”, concluiu.
O superintendente adjunto do Senar/BA, Humberto Oliveira, concordou com a análise de Mariana e reforçou que o processo de seleção é um dos componentes da meritocracia defendida pela instituição. “Temos que selecionar os produtores pela área de produção, interesse e comprometimento com o programa. Em nosso Estado (Bahia) comprovamos que os participantes que conquistaram melhores resultados foram os que se capacitaram e executaram as orientações dos técnicos”, argumentou. A regional foi a primeira a implantar o programa de ATER na bovinocultura de leite (Pró-Senar Leite), iniciado em 2008.
Parcerias – Um importante parceiro do Senar em Mato Grosso do Sul é a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. As pesquisas em desenvolvimento na instituição contribuem para a aquisição de novas tecnologias implantadas pela equipe técnica do Senar no trabalho de assistência técnica. O chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Oliveira Soares, relatou aos convidados números de produção que podem ser ampliados com o programa. “O Brasil ainda sofre com a deficiência no serviço de assistência técnica e o programa do Senar está contribuindo para mudar esta realidade. Vou dar um exemplo: se 50% das propriedades rurais que atuam com bovinocultura de corte investissem em tecnologia de produção conseguiriam dobrar a produção de carne em carcaça”, revelou.
Um exemplo de sucesso apontado pela equipe de ATER foi o da Cooplaf – Cooperativa Agrícola Mista da Pecuária de Corte e Leiteira e da Agricultura Familiar de Terenos. Em pouco mais de um ano, um grupo de 40 produtores participou de vários cursos do Senar/MS e entendeu a importância do trabalho em equipe. Atualmente 383 cooperados com lotes em oito assentamentos da região produzem leite e derivados, hortifrutigranjeiros e iniciaram este ano a atividade de bovinocultura de corte. O reconhecimento dos produtores familiares foi documentado pela ONU – Organização das Nações Unidas, durante a Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central realizada nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, quando assinaram um termo de cooperação por atingirem oito objetivos nas metas para acabar com a fome e a miséria.
“Fica muito mais fácil atender um público de produtores familiares que trabalha em grupo e o pessoal da Cooplaf demonstrou isso. No final de 2014 certificamos mais de 800 famílias com cursos de capacitação e hoje eles já sobrevivem da produção. Com apoio de um agente de comercialização treinado pelo Senar, estes produtores atualmente vendem seus produtos diretamente para o Ceasa e uma rede de supermercados em Campo Grande”, acrescentou o superintendente do Senar/MS.