Atenção, produtor! É hora de se programar para o inverno
Atenção, produtor! É hora de se programar para o inverno
Na pecuária existe um fator restritivo para os bovinos durante o outono. Esse período de transição climática que antecede a seca, exige uma atenção das propriedades rurais, já que as pastagens apresentam características distintas no período chuvoso e nas secas.
De acordo com o zootecnista e supervisor de campo da ATeG em Bovinocultura de Corte, Rodrigo Mateus, é fácil observar com a diminuição das chuvas e a aproximação do inverno, a mudança gradativa nas pastagens. “A produtividade dos pastos diminui, as folhas começam a amarelar e a secar, em determinados casos, observa-se a presença de sementes nas pastagens”, explica.
É necessário realizar um diagnóstico detalhado da propriedade para definir a melhor estratégia do uso de suplementação mineral adequada para cada categoria de animal, a suplementação proteica e proteico energético, a terminação intensiva a pasto, a recria intensiva a pasto, o planejamento forrageiro como métodos de conservação de volumosos e até a opção dos serviços de engorda terceirizada em boitel, são as mais recomendadas para manter a saúde econômica e a rentabilidade da propriedade de gado de corte no período de estiagem.
Técnicas como a Recria Intensiva a Pasto (RIP) e a Terminação Intensiva a Pasto (TIP), são estratégias que buscam maximizar o ganho de peso dos bovinos durante a época de seca. Ambas consistem em concentrar os animais em áreas reduzidas de pasto, onde recebem suplementação alimentar adequada para suprir as deficiências nutricionais.
“Na análise de resultados (Benchmarking) no ciclo pecuário de 2022/2023, as propriedades que tiveram margem bruta negativa gastaram com nutrição animal em média 43,63% do desembolso/cabeça/mês (COE/cab/mês), enquanto as propriedades de margem bruta positiva gastaram com nutrição animal em média 37,17% do desembolso/cabeça/mês (COE/cab/mês)”, explica Fabiano Pessatti, coordenador da ATeG Bovinocultura de Corte do Senar/MS.
O supervisor da ATeG em bovinocultura de corte, Armando Araújo, explica que a ausência de um planejamento forrageiro e nutricional adequado, faz com que o produtor tenha diversos problemas “Considerando que as propriedades de margem bruta negativa desembolsaram com nutrição animal 132,89% a mais do que as propriedades de margem bruta positiva, observamos que a ausência de um planejamento forrageiro e nutricional adequado a sua realidade, faz com que os produtores não organizados além de gastarem o dobro no COE/cabeça/mês, sofrem com a redução da produtividade e o aumento no tempo de permanência dos animais na fazenda”.
Além disso, tecnologias como o diferimento de pastagem, produção de silagem, feno e feno pré-secado podem ajudar a conter os problemas causados pela seca. Por essa razão é necessário um planejamento forrageiro e nutricional adequado a realidade de cada propriedade, para evitar sofrimento com a redução da produtividade e o aumento no tempo de permanência dos animais na propriedade, fazendo com que o produtor gaste além do planejado.
Com todas essas estratégias em mãos, aumenta as chances de um sistema de produção animal mais sustentável e lucrativo. Os especialistas da ATeG bovinocultura de corte do MS, alertam que é necessária uma avaliação econômica realizada para a definição e a determinação de estratégias a serem utilizadas em cada período do ano, inclusive no período de transição. “A avaliação do ganho médio diário, média do ano, deve ser avaliada de forma criteriosa, observando não somente o resultado do período, mas também cada uma das especificidades presentes em cada fase do ano”, destaca Rodrigo.
Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Julia Nogueira *com supervisão de Camilla Jovê