Ciclo de sustentabilidade do Sistema Famasul contribui para fonte de vida no campo e na cidade
Ciclo de sustentabilidade do Sistema Famasul contribui para fonte de vida no campo e na cidade
Além de ser um espaço para capacitação e conhecimento, o Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte do Senar/MS é também um lugar verde e cheio de vida, que conta com um espaço capaz de produzir 10 mil mudas de árvores nativas do cerrado por ano. Um dos responsáveis por todo esse cuidado é o técnico de campo do Sistema Famasul, Wellington de Oliveira Andrade, que também é técnico em agropecuária.
“Após as sementes chegarem no Centro de Excelência, nós fazemos uma seleção de acordo com as características de cada uma. Algumas sementes são relativamente simples de fazer o plantio após a mistura com o substrato, com a umidade adequada, já que não pode ser muito encharcado”, explica Wellington.
Todo o trabalho começa com a chegada das sementes, que são doadas por parceiros que acreditam no projeto. A produção de mudas começa com a seleção e tratamento das sementes e aplicação de substrato no tubete, um recipiente de plástico que ajuda no desenvolvimento das raízes.
“Aqui no Centro de Excelência a semente passa o período dos cuidados, irrigação controlada e fertilizantes. Depois de germinar, ela está apta a ir para a rustificação, que é o preparatório para as condições adversas que ela vai encontrar lá no campo, desde a falta umidade, o solo um pouco mais pobre”, detalha.
Todas as mudas serão destinadas para as propriedades rurais atendidas pelo Senar/MS. Os técnicos de campo são os responsáveis para levá-las até as propriedades para que cheguem de maneira adequada ao plantio.
Um dos destinos de entrega foi uma fazenda localizada em Ribas do Rio Pardo. O produtor rural, Silvio Ribeiro, não perdeu tempo e plantou todas as mudas assim que recebeu a doação.
O nome da fazenda já diz muito sobre a propriedade: Recanto das Águas. Esse bem tão preciso é cuidado com carinho e preservado. Não é difícil encontrar córregos e lagoas nos 300 hectares de área total, mas antes, o cenário era diferente.
“Nós adquirimos a propriedade em 2004 e vimos que nos anos seguintes quase não corria água em determinado lugar. Depois, em 2009 até 2011, percebemos que ficou completamente seco e hoje nós não observamos mais essa ocorrência”, conta Silvio.
O produtor abriu as porteiras para o Senar/MS e decidiu participar do programa Proteção de Nascentes. O plantio de mudas, por exemplo, foi um dos passos que garantiram eficiência na preservação. A propriedade é acompanhada por um técnico de campo após receber treinamento da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e do Senar Central.
Essa ação de preservação tem 5 passos. “O primeiro é a identificação da nascente, com afloramento de água até a superfície. O segundo passo é isolar a área com cercamento ao redor. Terceiro limpar o local. O quarto passo, controlar a erosão e cuidar do solo. O quinto e último passo é o reflorestamento, o plantio de árvores nativas em torno da nascente que vai aumentar o volume de água”, explica Letícia Teruya coordenadora do programa Proteção de Nascentes do Senar/MS.
Além de cuidar do meio ambiente, o programa também traz benefícios para os animais. Dessa forma, é possível ter água nos bebedouros durante o ano todo para o gado, por exemplo. O trabalho do Senar/MS acrescenta em experiência, conhecimento, parceria e conservação das águas.
“Esse ciclo de sustentabilidade tem ajudado a gente a mudar uma mentalidade, uma estrutura que vem sendo trabalhada no passado e faz parte de um contexto mais amplo. Então, é uma ação em comum, um trabalho que a gente participa e recebe com alegria e a gente dá a contrapartida entro do limite da gente”, relata Silvio.
O Programa Proteção de Nascentes identificou e cadastrou 1.829 nascentes em 503 propriedades rurais de 66 municípios em Mato Grosso do Sul. Uma ação que comprova a possibilidade de produzir com sustentabilidade em harmonia com o meio ambiente. Água é fonte de vida no campo e na cidade.
“É uma satisfação imensa gente fazer parte dessa ação, contribuir para o produtor, a fauna, a flora, e com o meio ambiente de uma forma geral, e para a população urbana também, porque essa água vai chegar ao abastecimento da cidade”, diz Letícia.
“Aumentar o volume, proteger e conservar a água é uma obrigação da gente porque é um bem comum, social e de todos. Toda a vida depende da água. A gente preservar é fundamental. É uma obrigação, não somente minha, mas de todos”, conclui o produtor rural.
Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul - José Pereira