Com apoio do Senar/MS e ajuda dos filhos, André viu a produção de leite aumentar em mil por cento
Com apoio do Senar/MS e ajuda dos filhos, André viu a produção de leite aumentar em mil por cento
(Foto - Michael Franco)
No coração de Sidrolândia, quando o dia ainda engatinha no horizonte, Francisco André já está de pé. Ao lado dos filhos, Ian Mateus e Andrei, ele percorre o curral como quem percorre a própria história, feita de fé, trabalho e amor pelo campo. Ali, entre uma ordenha e outra, pulsa uma vida que mudou de forma surpreendente com o apoio do Senar/MS. A quantidade total de leite tirada por dia, cresceu 1.000% ao longo dos anos de atendimento, saltando de 70 para 700 litros diários.
“Tudo que a gente faz aqui no sítio, fazemos juntos. Na hora da ordenha ou na época de plantio e fazer silagem, eles estão comigo no dia a dia. Não estaria firme do jeito que estou hoje se não fosse a presença dos meus filhos. Assim como o Senar também nos ajudou a alavancar toda nossa produção”, comenta o produtor rural.
Na semana do Dia dos Pais, o Transformando Vidas conta a história de um dos muitos produtores rurais que fazem da vida no campo a maior herança deixada aos filhos:
Quando chegaram ao Assentamento Eldorado, o cenário era de luta e simplicidade. A ordenha era manual, no barro, sem máquinas ou facilidades. Pai e filho mais velho tiravam leite no braço, enquanto o mais novo, Andrei, crescia já participando da lida, mas em uma fase ligeiramente mais estruturada. Apesar das dificuldades, nunca houve espaço para desânimo. “Sempre rezei para Deus para que nunca faltasse o pão na mesa da minha família. E nunca faltou, porque nunca tive preguiça de trabalhar”, afirma Francisco.
Essa força de vontade sempre encontrou eco nos filhos, que reconhecem no pai um mestre e um exemplo. “É dele que aprendo a importância da honestidade, do estudo, do trabalho e do respeito à vida no campo”, diz Andrei. “Ter ele por perto, trabalhando junto assim, me ensina demais sobre as coisas da vida”, complementa.
Francisco, por sua vez, não esconde que a presença dos dois é o combustível que mantém seu ânimo aceso e seu sonho vivo. “Se não fosse por eles, acredito que eu não teria forças para evoluir tanto. São meu maior orgulho e por eles deixo um caminho trilhado”.
O trabalho duro, que sempre foi constante na propriedade ganhou novo parceiro em 2017, quando o Senar/MS passou a acompanhar a propriedade por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). O primeiro passo foi mudar a forma de alimentar o rebanho, com orientação sobre manejo de pasto e silagem a partir do plantio de milho. “Pegavam no pé porque eu tinha muita vaca para pouca produção”, brinca produtor o rural.
Depois veio a sugestão de realizar duas ordenhas diárias em vez de apenas uma. Francisco desconfiou no início, mas decidiu testar. Foi aí que veio o salto. “Eu tinha vaca que só produzia 12 litros diários, a partir do momento que começamos a melhorar alimentação e fazer duas ordenhas, esse animal passou a produzir 28 litros já de início”, relembra.
Com o passar dos anos, a produção diária, que era de apenas 70 litros, resultado da ordenha manual e de um manejo básico, chegou a 700 litros, fruto da nova alimentação, manejo aprimorado e do aumento na frequência de ordenhas, a produção total chegou a 700 litros por dia.
“O que resume nossa relação com o Senar é o conhecimento. Eu sempre mexi com pecuária leiteira e achava que sabia como funcionava, mas desde o início da assistência, adquiri muito conhecimento que eu não tinha. Vi que dava certo, vi que era possível chegar ao meu objetivo”, resume Francisco.
Com mais conhecimento e orientação técnica, vieram também melhorias na infraestrutura: ordenha mecanizada, resfriadores, trator, ensiladeira e outros equipamentos que tornaram o trabalho mais ágil e a vida no campo mais confortável. O sonho agora é chegar a mil litros de leite por dia. Não apenas pelo número, mas pelo significado de conquista e continuidade.
O produtor nunca esquece uma frase do primeiro técnico do Senar/MS que o atendeu, Chico, já falecido: “Quem tem família bem estruturada, religião e não tem preguiça de trabalhar, consegue tudo o que quer”. Ele próprio acrescenta: “E quem tem assistência técnica do Senar, voa alto”.
Nesta semana em que celebramos o Dia dos Pais, a história de Francisco André é mais do que um exemplo de sucesso na pecuária leiteira. É um retrato vivo da sucessão familiar, do poder do exemplo e da certeza de que o trabalho no campo é, antes de tudo, uma herança de valores, passada de pai para filho, junto com a terra, o gado e o orgulho de produzir.
Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Michael Franco