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Com curso do Senar/MS, costureira transforma lembranças de infância em profissão

Transformando Vidas

Com curso do Senar/MS, costureira transforma lembranças de infância em profissão

Maria Elizeni realizou sonho ao fazer capacitação e hoje vive da costura em Chapadão do Sul
04/07/2025 - 08:30

(Foto: Michael Franco)

Foi com uma tesourinha escolar nas mãos e calças velhas da mãe no colo, que o sonho de Maria Elizeni começou a tomar forma, lá atrás, quando ela ainda era menina e cuidava da sobrinha pequena. Entre linhas improvisadas e agulhas encontradas pela casa, criava roupinhas para a menina, sem saber que, anos depois, em Chapadão do Sul, seria justamente o curso de Corte e Costura do Senar/MS que transformaria aquela brincadeira de infância em profissão.

“Quando eu lembro do que fazia quando era criança, digo para mim mesma que venci, que consegui. Se não fosse o Senar eu não estaria aqui. Hoje vivo da costura e não preciso depender de ninguém financeiramente”, relembra.

Essa é a história do Transformando Vidas de hoje:

Os anos passaram e o sonho, que parecia tão próximo na infância, foi ficando distante. A vida adulta trouxe outros caminhos, outros trabalhos, e até mesmo quando esteve em uma empresa de confecção, não pode costurar. Ficava de longe, finalizando peças, olhando para as máquinas com aquele brilho nos olhos de quem só queria estar ali e criar. “Achava lindo eles falarem que eram costureiros. Eu queria muito, mas me sentia mal, sendo apenas auxiliar”, relembra.

Ainda assim, a costura insistia em fazer parte da sua história. Anos depois, foi o neto quem reavivou a paixão esquecida. Maria costurava roupinhas iguais ao uniforme do avô, porque o menino queria se vestir como ele. Animada, comprou sua primeira máquina de costura, mas, sem saber usá-la direito, deixou o equipamento encostado, guardado junto com aquele sonho que parecia grande demais para se tornar realidade. “Eu pensava que nunca ia realizar”, recorda.

Tudo mudou em 2023, quando viu no Facebook uma publicação do Senar/MS sobre o curso de Corte e Costura. O coração bateu forte. Já havia procurado cursos antes, mas eram caros demais. Dessa vez, sentiu que era o caminho certo. Com o incentivo do marido, tomou coragem e se inscreveu.

“No primeiro dia eu tremia, estava nervosa, mas a instrutora me passou tanta confiança que tudo mudou. Foi o que me deu incentivo”, relembra. E, como se fosse um reencontro com a própria história, utilizou aquela mesma máquina comprada anos atrás, para recomeçar.


O desafio de utilizar a primeira máquina de costura se tornou o impulso para realizar o sonho (Foto: Michael Franco)

A cada aula, a menina que costurava com tesoura sem ponta voltava a existir dentro dela. A alegria era tanta que Maria fazia questão de usar o crachá do Senar/MS até fora do horário das aulas, andando pela cidade como quem carrega um troféu no peito. “Eu queria mostrar para o mundo que estava realizando meu maior sonho”, destaca.

Hoje, o certificado do curso está pregado na parede, acima da máquina de costura, que agora não fica mais encostada. É uma demonstração de gratidão, como ela mesma diz. O crachá e as apostilas utilizadas durante as aulas também ficaram guardadas.

“Considero esses itens como minhas relíquias, por isso guardo e vão continuar comigo para sempre. Foi o Senar que me deu a oportunidade e sou muito grata por tudo”, explica a costureira.


Maria guarda com carinho todos os materiais que recebeu durante a capacitação (Foto: Michael Franco)

A transformação foi imediata. No dia em que terminou o curso, já mandou fazer uma placa anunciando conserto de roupas. A costura, que começou como brincadeira de criança, virou profissão, renda e, acima de tudo, cura. “Antes eu só ficava deitada, me sentia sem utilidade, entrei em depressão. Agora, meu cantinho da costura é minha felicidade. Pode cair o mundo que, se eu estiver costurando, tá bom”.

Entre as criações que mais gosta estão as roupas típicas de festas juninas. “Adoro trabalhar com as cores e ver o sorriso dos clientes ao vestirem minhas peças. É muito bom saber que nos arraiás de Chapadão do Sul existe um pouco do meu talento.”

E os sonhos continuam. Maria quer estudar mais, se tornar estilista ou designer de moda e ter, um dia, seu próprio ateliê.

Para ela, o Senar/MS não foi apenas a instituição que apresentou um curso. Foi a oportunidade que transformou lembranças em futuro, devolveu a ela a força, a independência financeira e a alegria de criar. Um fio de esperança que costurou, ponto por ponto, uma nova vida.

Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Michael Franco