Direto de Paris, Famasul acompanha reconhecimento do Brasil como livre de aftosa sem vacina
Direto de Paris, Famasul acompanha reconhecimento do Brasil como livre de aftosa sem vacina

O presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, acompanhou o reconhecimento internacional da sanidade da pecuária brasileira, conquistado com a certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O anúncio foi feito durante a 92ª Assembleia Geral da entidade, realizada em Paris, na França, e representa a consolidação de um esforço conjunto entre as federações, produtores rurais e governos, sendo um marco para a pecuária de Mato Grosso do Sul e do Brasil.
“O fim da vacinação e o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa colocam Mato Grosso do Sul em um novo patamar sanitário e comercial. É um selo de qualidade que chancela todo o esforço feito pelo produtor rural, pela assistência técnica, pelas entidades de classe e pelo poder público. Estamos muito orgulhosos de fazer parte dessa história desde o início”, afirma Bertoni.
Estiveram na cerimônia, o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori, o secretário de Estado de MS, Jaime Verruck e o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold.
O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, avaliou que o reconhecimento internacional do País como livre de febre aftosa sem vacinação é uma conquista histórica para os produtores rurais e para todos os brasileiros.
“O anúncio feito hoje, de Brasil livre de aftosa sem vacinação, é um reconhecimento desse esforço, uma grande conquista. Mais do que nunca, o Brasil pode vender carne, um produto de altíssima qualidade, para qualquer país do mundo.”
Para o vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, o reconhecimento é um passo importante para a pecuária nacional e traz ainda mais responsabilidades para o setor público, privado e, principalmente, para os produtores rurais, que são os verdadeiros protagonistas desse avanço.
“Todo o setor de carne se beneficia desse progresso. Temos que cuidar do nosso rebanho ainda mais. O mercado internacional exige quantidade, rapidez e qualidade no fornecimento dos alimentos”, afirmou Gedeão.
Já a senadora Tereza Cristina destacou que a conquista do certificado vem sendo construída com muitas mãos ao longo dos anos e agradeceu a todos os envolvidos no processo de erradicação e vigilância da febre aftosa. “Hoje é um dia histórico, de emoção e muita gratidão a todos que participaram desse momento para que tivéssemos o certificado na mão”.
Mato Grosso do Sul ganha possibilidade de novos mercados
A atuação da Famasul tem sido constante antes mesmo da existência do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA). A entidade participou ativamente das discussões e fóruns estaduais, promovendo ações de conscientização, educação sanitária e apoio técnico ao produtor.
Para Bertoni, o reconhecimento internacional representa uma conquista coletiva, resultado da união de todos os elos da cadeia produtiva. “Essa chancela internacional reforça que estamos prontos para competir com os maiores players globais, como Estados Unidos, Austrália e União Europeia, com sanidade, rastreabilidade e sustentabilidade na produção.”
A certificação internacional traz impactos diretos à economia. A partir dela, Mato Grosso do Sul amplia sua capacidade de negociação com mercados mais exigentes, fortalecendo cadeias como a da suinocultura e da avicultura. O selo também valoriza os rebanhos de suínos, aves, ovinos e caprinos. Conseguimos controlar e erradicar a febre aftosa nos bovinos, mostramos ao mundo que temos um sistema de vigilância moderno, atuante e confiável em todas as espécies.
De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), “Mato Grosso do Sul já é exportador de carne para mercados importantes como China e Estados Unidos. Com o novo status sanitário, ampliamos nosso potencial de acesso a países ainda mais exigentes, que valorizam a qualidade e remuneram melhor o produto. Isso fortalece diretamente o setor produtivo sul-mato-grossense, que agora passa a competir em igualdade com estados como Santa Catarina, até então único com autorização para exportar a mercados como o Japão”, destacou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
O protocolo para alcançar o status de área livre sem vacinação envolve diversas etapas, incluindo o fim da imunização obrigatória, que em Mato Grosso do Sul ocorreu em novembro de 2022, e o reforço na vigilância sanitária. Em 2023, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) publicou a portaria que proibiu o uso da vacina contra a febre aftosa no estado. Em 2024, o Ministério da Agricultura reconheceu nacionalmente o novo status sanitário em MS e em outros 16 estados.
A febre aftosa é uma das doenças mais temidas na pecuária mundial por seu alto poder de disseminação e pelos prejuízos econômicos que causa. Desde o início da profissionalização da produção de carne, a luta contra a doença se intensificou globalmente. No Brasil, o combate começou oficialmente em 1950 e passou por diferentes fases, até a criação do PNEFA em 2017, com o objetivo de erradicação completa até 2026.
Assessoria de comunicação do Sistema Famasul – Ana Palma e Laura Toledo