Estudantes com deficiência auditiva participam de evento sobre manejo de bovinos de leite
Estudantes com deficiência auditiva participam de evento sobre manejo de bovinos de leite
Com ajuda de intérpretes em Libras – Linguagem Brasileira de Sinais, dois jovens com deficiência auditiva, Dilson e Sérgio se destacaram pela participação durante as apresentações feitas no Dia de Campo do Programa Mais Leite, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem.
O estudante Dilson Ramires, 20 anos, gostou muito do que aprendeu no local. “Foi muito bom ter vindo aqui hoje e aprender sobre nutrição animal, vacinação e cercas elétricas. Pretendo trabalhar no meio rural quando terminar a escola”, afirmou empolgado.
Para Sérgio Santos, 31 anos, os técnicos do ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural fizeram o diferencial do dia de campo, por explicar com clareza e facilidade como funciona o cotidiano de trabalho em uma propriedade rural. “Por enquanto eu só estudo, mas pretendo trabalhar em breve e hoje aprendi muito com os técnicos. Meu objetivo é saber o máximo possível para que possa trabalhar em agricultura e pecuária”.
O evento realizado no espaço Fazendinha, no Sindicato Rural de Dourados, aconteceu no último dia 15 de maio com a participação de 175 pessoas, entre produtores rurais e estudantes do ensino médio e universidades da região. Os participantes puderam acompanhar apresentações de técnicas e informações sobre o manejo em propriedades que se dedicam a atividade de bovinocultura leiteira.
O coordenador técnico da Escola Municipal Agrotécnica Lino do Amaral Cardinal, Alan Toniazzo de Matos, acompanhou o grupo de 20 alunos do curso de Técnico Agrícola e explicou que o Dia de Campo foi escolhido no cronograma de eventos oferecidos na Expoagro – Exposição Agropecuária de Dourados. “Nossa escola está localizada na área rural de Amambai e todo ano programamos uma visita técnica, para que os alunos possam ter maior contato com a prática do ensino rural. Optamos por escolher um evento promovido pelo Senar, porque as palestras são dinâmicas e com linguagem voltada a todos os públicos”, ressaltou o docente, que é graduado em Agronomia e Biologia.
Auxiliados pelas intérpretes, os estudantes não perderam nenhuma explicação oferecida nas estações de pastagem, cerca elétrica, manejo rotacionado, irrigação e fruticultura. Matos destacou que os jovens são dedicados e que a deficiência auditiva não impede que acompanhem o conteúdo do curso. “Quando comecei a trabalhar na escola fiquei preocupado em conseguir me comunicar de forma eficaz com os dois jovens. No entanto, como eles dominam a linguagem de sinais e têm apoio constante, conseguem se sair muito bem”, avaliou o coordenador.
Segundo a coordenadora dos programas de ATER, Mariana Urt, o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural é abrangente e oferece um olhar dos técnicos sobre a propriedade a família. “Além de levarmos a orientação aos produtores rurais também nos preocupamos com o bem estar deles e da família, pois se o produtor estiver enfrentando problemas não conseguirá focar a atenção nas orientações técnicas. A participação destes estudantes surdos demonstra que o programa ATER está conseguindo o cumprir o papel social no atendimento às famílias e comunidade rural”, considerou.