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Estudantes com deficiência auditiva participam de evento sobre manejo de bovinos de leite

Estudantes com deficiência auditiva participam de evento sobre manejo de bovinos de leite

21/05/2015 - 15:00

Com ajuda de intérpretes em Libras – Linguagem Brasileira de Sinais, dois jovens com deficiência auditiva, Dilson e Sérgio se destacaram pela participação durante as apresentações feitas no Dia de Campo do Programa Mais Leite, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem.

O estudante Dilson Ramires, 20 anos, gostou muito do que aprendeu no local. “Foi muito bom ter vindo aqui hoje e aprender sobre nutrição animal, vacinação e cercas elétricas. Pretendo trabalhar no meio rural quando terminar a escola”, afirmou empolgado.

Para Sérgio Santos, 31 anos, os técnicos do ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural fizeram o diferencial do dia de campo, por explicar com clareza e facilidade como funciona o cotidiano de trabalho em uma propriedade rural. “Por enquanto eu só estudo, mas pretendo trabalhar em breve e hoje aprendi muito com os técnicos. Meu objetivo é saber o máximo possível para que possa trabalhar em agricultura e pecuária”.

O evento realizado no espaço Fazendinha, no Sindicato Rural de Dourados, aconteceu no último dia 15 de maio com a participação de 175 pessoas, entre produtores rurais e estudantes do ensino médio e universidades da região. Os participantes puderam acompanhar apresentações de técnicas e informações sobre o manejo em propriedades que se dedicam a atividade de bovinocultura leiteira.

O coordenador técnico da Escola Municipal Agrotécnica Lino do Amaral Cardinal, Alan Toniazzo de Matos, acompanhou o grupo de 20 alunos do curso de Técnico Agrícola e explicou que o Dia de Campo foi escolhido no cronograma de eventos oferecidos na Expoagro – Exposição Agropecuária de Dourados. “Nossa escola está localizada na área rural de Amambai e todo ano programamos uma visita técnica, para que os alunos possam ter maior contato com a prática do ensino rural. Optamos por escolher um evento promovido pelo Senar, porque as palestras são dinâmicas e com linguagem voltada a todos os públicos”, ressaltou o docente, que é graduado em Agronomia e Biologia.

Auxiliados pelas intérpretes, os estudantes não perderam nenhuma explicação oferecida nas estações de pastagem, cerca elétrica, manejo rotacionado, irrigação e fruticultura. Matos destacou que os jovens são dedicados e que a deficiência auditiva não impede que acompanhem o conteúdo do curso. “Quando comecei a trabalhar na escola fiquei preocupado em conseguir me comunicar de forma eficaz com os dois jovens. No entanto, como eles dominam a linguagem de sinais e têm apoio constante, conseguem se sair muito bem”, avaliou o coordenador.

Segundo a coordenadora dos programas de ATER, Mariana Urt, o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural é abrangente e oferece um olhar dos técnicos sobre a propriedade a família. “Além de levarmos a orientação aos produtores rurais também nos preocupamos com o bem estar deles e da família, pois se o produtor estiver enfrentando problemas não conseguirá focar a atenção nas orientações técnicas. A participação destes estudantes surdos demonstra que o programa ATER está conseguindo o cumprir o papel social no atendimento às famílias e comunidade rural”, considerou.