Ex-pedreiro encontra na apicultura um novo futuro com o Senar/MS
Ex-pedreiro encontra na apicultura um novo futuro com o Senar/MS
A história de Sérgio Soares é feita de transformação: de pedreiro a apicultor, de trabalhador urbano a homem do campo outra vez. Com o apoio do Senar/MS, ele aprendeu, cresceu e voltou às origens, construindo com o mel o futuro que sempre quis no município de Angélica.
“Hoje tudo que eu conquistei foi graças a Deus em primeiro lugar, muito trabalho e ao Senar também”, destaca.
Hoje, ele vive da apicultura, mas não apenas como criador de abelhas. Sérgio é empreendedor, produtor rural com visão de futuro e dono de uma agroindústria de mel que já tem permissão para vender em todo o Brasil. Tudo isso com a ajuda do Senar/MS, que esteve ao lado dele desde o início do sonho.
Essa é a história do Transformando Vidas de hoje, confira:
A trajetória de Sérgio até a apicultura é cheia de voltas. Ele nasceu no campo, filho de produtor rural. O pai era, como ele mesmo diz, “do mato”, e cultivava arroz. “Meu primeiro trabalho foi ainda criança, com apenas seis anos, espantava os passarinhos que bicavam a plantação do pai, com uma lata cheia de pedras”, relembra o apicultor.
A família se mudou para a cidade, mas Sérgio nunca se adaptou totalmente à vida urbana. Tornou-se pedreiro e construiu uma carreira sólida na construção civil, mas o coração nunca saiu do campo. E o destino, um dia, resolveu dar um empurrão.
Entre uma obra e outra, ajudava um amigo que criava abelhas como passatempo. Um dia, ganhou dele uma caixa velha de apicultura. “Na verdade, eram uns pedaços, mas juntei umas peças e reformei a caixa com as próprias mãos. Coloquei debaixo de um pé de manga, na minha casa na cidade mesmo”, conta. Para sua surpresa, o enxame veio. E com ele, veio também a paixão.
Com poucos recursos, mas muita vontade, colocava as caixas com abelhas na garupa da bicicleta e pedalava dez quilômetros para instalar as colmeias em um local mais adequado. Depois conseguiu uma moto, que adaptou com estrutura para levar mais caixas. Anos depois, veio a caminhonete que tem até hoje.
“Não sou rico, mas venci na vida. Quando eu me lembro como comecei, hoje me considero um milionário”, comenta o produtor rural.
De mãos dadas com o Senar/MS
Sérgio fez todos os cursos do Senar/MS que teve oportunidade, tanto na própria área de apicultura quanto em temas diversos como pomar, manejos variados, aplicação de técnicas de cultivo, organização da propriedade, entre outros. Para alguém que não teve a oportunidade de estudar o quanto gostaria, o acesso à capacitação fez toda a diferença.
“Eu sempre falo que consegui minha evolução por conta do Senar, que consegue chegar no homem do campo e compartilhar conhecimento. Depois os instrutores já viram gente da família”, conta.
Depois dos cursos, veio a virada com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), especializada em apicultura. A equipe técnica levou até ele informações que mudaram a lógica da produção: novas formas de organização, análise de resultados, gestão de custos e técnicas modernas, como a divisão de colmeias, com objetivo de criar rainhas.
“A gente trabalhava aqui no método tradicional, que aprendi com minha vivência desde 1999 e o Senar me trouxe o conhecimento técnico e as inovações que não conhecia. Isso é muito importante porque posso viver cem anos e não aprender tudo sobre a atividade”, relata o produtor.
Sérgio também foi atendido pela ATeG Agroindústria, que acompanhou todo o processo de regularização da sua produção. Do projeto da casa do mel, desde a planta e construção, à conquista do selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), que autoriza a comercialização do mel “Ouro de Mel” em todo o território nacional.
Feliz no campo
A história do apicultor passa por uma importante realização de sonho antigo: o de comprar seu próprio pedaço de terra. Adquiriu o sítio Bom Jesus, onde mora com a família. “Aqui é meu paraíso. É onde eu sou feliz de verdade com minha família. Quando chega a época da florada e vou para o mato, sinto aquele cheiro e tudo me renova”.
E para o futuro, ele tem um desejo: que um de seus três filhos queira continuar o trabalho que começou com uma caixa velha e uma vontade imensa de voltar para o campo.
“Lembro até hoje do dia que decidi parar de atuar como pedreiro, guardei minhas ferramentas e pensei que se não desse certo, voltaria. Graças a Deus a apicultura vingou e não precisei voltar. Não tem preço ver tudo isso acontecendo e o Senar tem parte nisso. Na verdade, tem muita parte nisso.”, finaliza.
Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Michael Franco