Fomento à qualificação profissional e educação são os desafios para crescimento do setor rural
Fomento à qualificação profissional e educação são os desafios para crescimento do setor rural
O último painel apresentado na Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central apresentou o panorama atual do Brasil e os desafios que os setores produtivos, entre eles o agronegócio, terão que superar para continuar a crescer. O tema abordado foi ‘Qualificação e Educação Profissionais como fatores de transformação das pessoas e da realidade na Agricultura’ e contou com a participação de especialistas como o doutor em Economia e professor universitário, Claudio de Moura Castro; o especialista sênior do OIT/Cintefor – Centro Interamericano para o Desenvolvimento do Conhecimento Profissional da Organização Internacional do Trabalho, Fernando Vargas e o secretário executivo do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Daniel Carrara.
No censo divulgado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2010, a região Centro-Oeste possuía 14% da população morando na área rural e deste total, apenas 8% estava colocado no grupo economicamente ativo. Os números apontam para outro dado preocupante apontado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais com base no ano de 2006: 29,8% da população com mais de 15 anos era analfabeta no país, sendo 20% na mesma localidade.
O palestrante Claudio de Moura Castro propôs aos presentes uma viagem histórica na educação profissional global e fez uma analogia aos investimentos na atividade agropecuária. “A formação profissional é semelhante a propriedade rural que investe na compra de maquinários e tecnologia. Sabe que o dinheiro investido vai demorar para apresentar retorno, mas entende que é necessário para aumentar a produtividade e os ganhos futuros”, detalhou.
Para o especialista em Economia, um dos entraves da formação profissional é a oferta desgarrada da demanda, ou seja, oferecer treinamentos sem a garantia que o formando terá mercado de trabalho para atuar. “Os empresários precisam entender que a análise da oferta de formação profissional deve ser econômica, a fim de que o ex-aluno tenha uma colocação no mercado de trabalho”, acrescentou.
O representante da Cinterfor/OIT na América Latina, Fernando Vargas, apontou algumas prioridades adotadas pela Organização Internacional do Trabalho para buscar a melhoria na formação profissional rural. “Nos últimos anos, o Brasil registrou um dos maiores ganhos de produtividade dos países em desenvolvimento, contra uma das menores taxas de alfabetização e qualificação profissional. Por isso, a OIT aponta transformações que deverão ser adotadas, entre elas: transição na economia formal, diversificação da economia rural e investimento em capital humano, por meio da educação”, argumentou.
Segundo o secretário executivo do Senar Nacional, Daniel Carrara, é neste sentido que a instituição atua há 23 anos, oferecendo cursos de FIC – Formação Inicial e Continuada e, desde 2014, ofertando cursos técnicos profissionalizantes, na modalidade à distância. “O objetivo do Senar é contribuir para o crescimento e desenvolvimento do setor que mais cresce no Brasil, o agronegócio. No entanto, se faz necessário atrair e reter os jovens na área rural, oferecendo condições para estudo e formação profissional. O produtor do futuro não precisa cases de sucesso e sim de estrutura para garantir o seu êxito profissional”, considerou.
O presidente do Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, foi moderador do painel e reforçou que o Senar/MS conta com parceria importante para reverter o quadro de baixo número na mão de obra qualificada. “Nosso Estado possui 68 sindicatos rurais atuantes e que mobilizam produtores e trabalhadores rurais a participar de cursos técnicos. Com 182 capacitações oferecidas, trabalhamos para cumprir a missão de atender a demanda das propriedades rurais e agroindústria”.
Sobre a Bienal – A Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central é vitrine do agronegócio da região Centro-Oeste. Traz para discussão os temas mais emergentes do setor e já está na agenda dos principais eventos agro do País. A vitrine do agronegócio vai mostrar as potencialidades do setor no Centro-oeste, considerado o eixo do agronegócio. É realizada a cada dois anos, rotativamente nas capitais dos Estados do Centro-oeste. A primeira ocorreu em Goiânia, a segunda em Cuiabá e agora é a vez da capital sul-mato-grossense. A Bienal é organizada pelas federações de agricultura e pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mato Grosso (Famato), Goiás (Faeg) e Distrito Federal (Fape-DF).
A Bienal tem patrocínio do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Monsanto, Bayer, Dow, Basf, Governo Federal, Caixa Econômica Federal e OCB Centro-Oeste – Organização das Cooperativas do Brasil.
O evento conta com o apoio do Governo do Estado de MS, da Aprosoja/MS, da Fundems – Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja, da Fundect – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, da Abrass – Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja, do Sicredi e do Banco do Brasil.
Conta também com o apoio institucional do Crea/MS – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, da Embrapa e da Fundação MS e é realizado em parceria com o SBA – Sistema Brasileiro do Agronegócio, com a TV Morena, com o SBA – Sistema Brasileira do Agronegócio, com a UCDB e com a Revista Granja. Para mais informações, acesse www.bienaldaagricultura.com.br ou baixe o aplicativo da Bienal da Agricultura disponível no App Store e Play Store.