Preparar jovens para assumir papéis de liderança é um desafio no agronegócio. A sucessão rural garante a continuidade dos negócios, preserva legados e contribui para o desenvolvimento do setor. Foi com esse objetivo que nasceu o Jovem Sucessor Rural, um programa pioneiro do Senar/MS.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Mato Grosso do Sul, 55% das pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários têm laços de parentesco com o produtor, o que reforça a presença familiar no campo. A partir disso, para que a continuidade dos negócios seja realizada por sucessores qualificados, o Jovem Sucessor Rural trabalha a visão estratégica e o desenvolvimento de competências socioemocionais.

Essa é a primeira edição do programa e contou com 89 participantes de sete municípios do estado. O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, realizou a abertura oficial da cerimônia e destacou a necessidade de iniciativas que formam líderes para o setor do agronegócio. “Vocês estão aqui hoje porque o caminho é esse, vocês tem um rumo, sabem para onde vão e quem vai defender o produtor é o produtor.”

Com duração entre 12 e 14 meses, a participação é totalmente gratuita. A analista educacional do Senar/MS e responsável pelo programa, Sara Gomes, relembra que o programa prepara futuros empreendedores no agronegócio. “Se ele quiser abrir uma empresa no setor ou trabalhar no setor, ele vai ter competências de gestão pessoal, oratória, inovação, todas as questões que a gente trabalha no curso. Ele pode alcançar cargos de gestão no agronegócio.”

O programa vai além do preparo de lideranças e também trabalha a conexão dos jovens com os Sindicatos Rurais de seus municípios. O Sindicato de Paranaíba foi um dos responsáveis por receber o piloto e o presidente da instituição, Fábio Macedo, ressaltou que para o crescimento na representatividade, os jovens precisam ser filiados ao Sindicato.

“A gente tem que preparar os outros para que venham para o nosso lugar e que seja muito melhor do que a gente, porque a entidade é muito maior do que qualquer um de nós”, concluiu Fábio.

Além de Paranaíba, os Sindicatos de Anaurilândia, Bonito, Campo Grande, Dourados, Eldorado e Ponta Porã também participaram dessa primeira edição.

Premiação

Durante as capacitações, os jovens desenvolvem soluções reais para problemas do setor do agronegócio. Essas ideias foram premiadas hoje, no evento de encerramento do programa.

O terceiro e segundo lugar, ficaram respectivamente com o grupo Raízes no Agro, do Sindicato Rural de Bonito e grupo Agro Fronteiras, do Sindicato Rural de Ponta Porã. O primeiro lugar ficou para o grupo Agro Sucessores, com o Sindicato Rural de Anaurilândia que desenvolveu um trabalho sobre equoterapia.

Um dos participantes do grupo Agro Sucessores, João Pedro Franciscon explicou que a ideia surgiu pensando na necessidade do município. “A gente precisa de terapia especializada, então pensamos em um programa que visa incluir tanto pessoas com deficiência, como treinar jovens para participar do programa como equitadores ou ir lá para ajudar.”

Além dele, Ronaldo Gonçalves de Souza, participante do grupo Agro Fronteiras, relembrou que a equipe se conheceu por meio do Jovem Sucessor Rural. “Nos conhecemos ao longo do programa, assistindo aulas sobre liderança e desenvolvimento sustentável. Dessa forma, surgiu a ideia de desenvolver hortas socioambientais, que pudessem ser cultivadas por pessoas com vulnerabilidade socioeconômica.”

Jovem Sucessor Rural em 2025 - Neste ano, as inscrições já estão abertas para novas turmas do programa. Ficou interessado? É só procurar o Sindicato Rural do seu município e manifeste seu interesse em participar.

Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul - Pâmela Machado