Programa utiliza ultrassom para acompanhar gestação de vacas leiteiras em MS
Programa utiliza ultrassom para acompanhar gestação de vacas leiteiras em MS
O rebanho de um grupo de pequenos bovinocultores de leite de assentamentos do município de Terenos está recebendo um tratamento diferenciado. A condição ginecológica e reprodutiva das fêmeas será avaliada por intermédio de ultrassonografia, de modo que o diagnóstico traga orientações para o tratamento nos animais que apresentarem problemas reprodutivos.
A iniciativa contemplará 744 produtores participantes do programa de assistência técnica e gerencial do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em 24 municípios do Estado. O serviço faz parte de uma série de ações que objetivam melhorar as condições de gestão, produção e rentabilidade nas pequenas propriedades rurais de Mato Grosso do Sul.
Para o produtor familiar, Claudenor Pereira da Silva, que chegou há seis anos no assentamento Santa Mônica, o trabalho da equipe técnica do projeto Mais Leite trouxe mais segurança. “Quando cheguei aqui comecei a tocar lavoura, mas me interessei pela bovinocultura de leite e não parei mais. Minha produção é pequena, mas com apenas cinco vacas já dobrei o volume produzido diariamente e consegui atingir até 55 litros diários”, revela animado.
Sobre a avaliação dos animais de sua propriedade, Silva comenta: “O veterinário que diagnosticou minhas vacas não encontrou nenhum problema, mas isso se deve ao trabalho realizado pela técnica de campo do Senar que identificou o problema reprodutivo e me explicou como resolver. O resultado é que das três vacas inseminadas, duas estão prenhas”, comemora.
Na opinião do vizinho de assentamento, José Alves Fagundes, o trabalho de diagnóstico já realizado foi importante porque promoveu a prevenção das condições de saúde dos animais. “O exame demonstrou que apenas uma das vacas estava com uma leve infecção decorrente do parto. O profissional me explicou e orientou qual a medicação que devo utilizar. Fiquei tranquilo por ter certeza que meus animais estão saudáveis”, argumenta.
Fagundes foi um dos primeiros produtores a receber ATEG – Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS e inicialmente obtinha uma produção de 30 litros diários. Em pouco mais de um ano, o volume de leite chega a 75 litros/dia. “O primeiro passo foi investir na alimentação do meu rebanho. Hoje planto cana-de-açúcar e capim napiê. Minha meta é chegar a 250 litros até ano que vem, vou trabalhar para conseguir”, reforça.
Atendimento especializado – Contratado para realizar o diagnóstico dos animais, o veterinário André de Oliveira Souza avalia positivamente a condição do rebanho em Terenos. “Com uma semana atuando aqui nos assentamentos pude observar que o trabalho feito pelos técnicos do Senar/MS já reflete o cumprimento da assistência técnica, com animais bem nutridos e com poucos casos de desequilíbrio fisiológico”, ressalta.
O diagnóstico iniciou em outubro e até o final do ano deve atender os 744 produtores assistidos pelo projeto Mais Leite. O primeiro município a receber o atendimento foi Anaurilândia, onde foram avaliadas 900 vacas. “Atuar com prevenção é o ideal para quem se dedica a qualquer atividade pecuária, no entanto, nem todos os produtores podem pagar por este serviço. Pude verificar a satisfação dos assistidos e a boa vontade de seguir as orientações, já que alguns desconheciam algumas ações que irão melhorar a produtividade dos animais”, complementa o especialista.
Para a gestora dos programas de ATEG do Senar/MS, Mariana Urt, o conhecimento da situação reprodutiva das vacas é muito importante, pois influencia diretamente na produção. “Os produtores que receberão o diagnóstico já estão organizados nos quesitos sanidade, nutrição e manejo. Agora é o momento de investir no melhoramento genético”, adianta.