Projeto Campo Futuro oferece orientações a produtores do setor florestal
Projeto Campo Futuro oferece orientações a produtores do setor florestal
Melhorar a gestão da propriedade rural com orientações para cálculo de custo da produção, gerenciamento de riscos no preço das culturas e utilização do seguro rural. Este é o objetivo do projeto Campo Futuro oferecido pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil em parceria com o Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, pela Universidade Federal de Viçosa/MG e o Cepea/Esalq – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada.
O Campo Futuro é um projeto que alia a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, custos e produção na propriedade rural, resultando na criação de informações oficiais sobre os municípios e estados. Estes painéis têm objetivo de levantar informações sobre os custos de produção e a viabilidade financeira das atividades produtivas desenvolvidas na propriedade rural, permitindo assim orientar produtores rurais sobre o gerenciamento de riscos no preço das culturas e utilização do seguro rural. Para 2016 está prevista a realização de cursos nos sindicatos rurais.
Na semana passada, o projeto direcionou as informações para os produtores de grãos nos municípios de Dourados, Naviraí e Chapadão do Sul. Na última segunda-feira (22) foi a vez do setor florestal, com uma reunião realizada entre produtores e consultores, na sede da Casa Rural. Os participantes tiveram oportunidade de debater sobre os custos e a viabilidade da produção de eucalipto. O painel foi coordenado pelo professor doutor do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (MG), Sebastião Renato Valverde. O profissional acumula ainda, o cargo de diretor geral da SIF – Sociedade de Investigações Florestais.
De acordo com Valverde, um diagnóstico realizado há dois anos no Estado, identificou que os produtores de eucalipto que alcançassem uma produtividade 35 metros cúbicos por hectare/ano e comercializassem a madeira por R$ 50 reais o metro cúbico, teriam um lucro de R$ 4 por metro cúbico. “Considerando o diagnóstico realizado em 2015, comparado com o que realizamos em 2013, percebemos alterações consideráveis nos custos, já que tivemos aumento do salário mínimo, do óleo diesel, dos insumos agrícolas e da energia elétrica. Estes fatores influenciam diretamente na lucratividade dos pequenos e médios produtores florestais, inclusive inviabilizando a atividade. Estes empresários precisam de apoio para se organizarem em grupos, para competirem em volume de produção e preços com as grandes empresas”, analisou.
O engenheiro florestal e consultor, Celso Luiz Medeiros Lima, concorda com as considerações de Valverde e acredita que o primeiro passo a ser tomado é a criação de uma associação. “Temos que nos unir organizadamente para estimular os pequenos produtores a continuar a produção. O Sistema ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta abriu espaço aqui em Mato Grosso do Sul e pode impulsionar outras regiões, além do eixo Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas”, considerou.
Carlos Alberto Salgueiro é agrônomo e iniciou há três anos o plantio de eucaliptos em uma área de 12 hectares, na região de Camapuã. Ele revela que planejou a produção, com objetivo de comercializar a madeira para energia, lenha e posteriormente para serrarias. “Os pequenos produtores foram diretamente afetados com o aumento dos custos com a produção e o valor da madeira comercializada está abaixo do esperado. Acredito que o programa Campo Futuro nos auxiliará, no sentido de oferecer ferramentas para avaliarmos detalhadamente quais alternativas a serem tomadas para aumentar a produtividade e diminuir riscos de prejuízo”, argumentou.