Representatividade Rural: Saito fala sobre posicionamento do produtor rural em relação à preservação do meio ambiente, em audiência pública em Bonito
Representatividade Rural: Saito fala sobre posicionamento do produtor rural em relação à preservação do meio ambiente, em audiência pública em Bonito
“Sem diálogos não há construção de pontes”. Foi com essa frase que o presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, enfatizou a importância da união dos setores em relação à preservação ambiental, durante a audiência pública realizada nessa segunda-feira (10), em Bonito.
Sobre os últimos acontecimentos em Jardim, referente ao Rio da Prata, Saito explicou: “O que aconteceu há duas semanas foi uma fatalidade devido ao excesso de concentração de chuvas, em pouco espaço de tempo. Precisamos lembrar que a mudança de atividade não aconteceu em áreas desmatadas e sim em locais antropizados. Onde havia pecuária foi iniciado o cultivo de soja”.
Em defesa ao produtor rural o presidente da Famasul salientou: “É preciso encontrar alternativas para o melhor acompanhamento dessas áreas de plantio para prever condições climáticas adversas que podem acontecer de maneira abrupta”.
O presidente da Famasul destacou que o setor produtivo tem atuado de forma sustentável. “A possibilidade do turismo nessa região é resultado da eficiência do produtor rural em sua conservação.”
Em Bonito, de acordo com os dados do Siga – Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio, citados por Saito, 42% da área total do município são remanescentes: pastos nativos, matas, APP’s , entre outros.
Saito ainda falou de dois importantes pontos sobre o tema. O primeiro, relacionado ao documento intitulado ‘Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Miranda’ que revela a análise da situação em que se encontra a nascente no trecho córrego Saladeiro, que corta o município de Bonito, com 100% das áreas de nascente preservadas.
O segundo referente à estrutura fundiária ao longo da bacia hidrográfica, que em pesquisa realizada pelo IBGE em 2006 apresenta propriedades rurais com dimensão de 5 a menos de 50 hectares.
Durante a audiência pública, o Secretário da Semagro, Jaime Verruck, anunciou: “Nessa semana, vamos publicar uma regulamentação para esses municípios, para que todos os produtores que apresentarem ao Imasul uma solicitação de uso alternativo do solo, obrigatoriamente apresentem também um projeto de conservação de solo e de microbacia”.
O superintendente-executivo interino da Fundação Neotrópica do Brasil, Rodolfo Portela Souza, sugeriu bonificação ao produtor que se apresente sustentável, além da legislação. “Já temos uma lei estadual para pagamento por serviços ambientais, nada mais é do que premiar ou remunerar o produtor que prover os serviços ambientais, que vão desde purificação de água, até sequestro de carbono, e demais ações que proporcionem um meio ambiente equilibrado”, propõe ao usar como exemplo o Programa Manancial Vivo, de Campo Grande.
Do mesmo modo, a criação de um Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) para Bonito, também foi defendida pelo promotor do MPE, Luciano Loubet.
Segundo a diretoria executiva do IASB, Liliane Lacerda, é preciso avaliação macro da situação da Serra da Bodoquena. “Visitamos 88 propriedades rurais este ano, passando orientações, e fomos muito bem recebidos. A questão do turvamento da água aconteceu, mas podemos ter um rio cristalino e com água contaminada. Temos muito lixo nos rios, essa responsabilidade é de todos nós”.
Mais de 200 pessoas participaram da Audiência Pública. Compuseram mesa, o promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo Ambiental do MPE, Luciano Furtado Loubet; o secretário da Semagro, Jaime Verruck; os deputados estaduais, Paulo Côrrea e Renato Câmara; o prefeito de Bonito, Odilson Arruda Soares; o promotor de Justiça, Alexandre Estuqui Junior; o prefeito de Jardim, Guilhermo Monteiro; o promotor de Meio Ambiente de Jardim, Alan Kobashi.
Acompanharam a audiência o diretor-tesoureiro do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni; o presidente do Imasul, Ricardo Eboli; o presidente do MNP, Rafael Gratão; o presidente da Aprosoja/MS, Juliano Schmaedecke.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul