A apicultura em Mato Grosso do Sul obteve um crescimento de 50% em sua produtividade nos últimos dois anos. A afirmação é do presidente da Feams – Federação de Apicultura e Meliponicultura de MS, Gustavo Nadeu Bijos. Consideradas as principais polinizadoras do meio ambiente e agrícola, as abelhas são responsáveis pela produção de mel, pólen, própolis e geleia real, produtos naturais saudáveis utilizados para várias finalidades e também como fonte de renda familiar, quando produzidos dentro das normas técnicas corretas. Para potencializar a atividade, símbolo do desenvolvimento sustentável, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS  oferece regularmente o curso de Apicultura Básica, que acontecerá no município de Porto Murtinho, de 1 a 3 de junho.

De acordo com a Feams, Mato Grosso do Sul possui 700 apicultores, com 21 mil colmeias e uma produção anual de 760 toneladas de mel. “Atualmente ocupamos a 11ª posição no ranking nacional. Com o certificado de identificação geográfica que recebemos este ano pela qualidade do produto, a expectativa é de um crescimento maior”, destaca Bijos. Para o presidente da instituição, o selo de reconhecimento internacional da qualidade do produto apesar de ajudar o segmento, não é suficiente para alavancar a atividade. “É preciso uma mudança de comportamento dos apicultores, em muitos casos a apicultura é uma segunda opção de trabalho. Com a valorização do produto será possível ter mais investimento e consequentemente maior desenvolvimento nesta prática”, explica.

A principal espécie de abelhas utilizadas para atividade no estado é a Apismellifera, conhecida no Brasil como africanizadas. O mel produzido em Mato Grosso do Sul apresenta uma qualidade única, devido a fatores como o clima, o solo e a vegetação do cerrado.  “A apicultura é uma atividade que preserva o meio ambiente e a biodiversidade. Em função disso, sua prática é permitida nas áreas de reservas, sem exigir dos produtores propriedades particulares”, afirma o técnico em agropecuária e instrutor do Senar/MS, Eloy Bortolini.

Segundo o instrutor, que ministrará a capacitação em Porto Murtinho, o recomendável é iniciar o manejo com cinco caixas de enxames. “É um investimento baixo, geralmente para os iniciantes. É possível obter lucro em até dois anos quando feito o acompanhamento da caixa, na limpeza, retirada adequada do mel, troca da rainha e atenção à quantidade de abelhas”. Para Bortolini também é fundamental o contato com a associação de apicultores do município ou região. “É interessante essa relação, pois facilita a negociação de compra e venda dos equipamentos e produtos”, ressalta.

Bortolini afirma que é possível obter as abelhas por meio da compra, pelo preço de R$ 50,00 o enxame ou pela captura, que é feita por meio de caixas a vistas nas áreas de vegetação, onde o inseto se estabelece de maneira natural ou coleta no meio ambiente, quando os enxames são encontrados em madeiras podres ou cupinzeiros.

De acordo com o IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, de 90% da base de alimento mundial, cerca de 70 % são polinizadas por abelhas. “A pratica contribui também com outras culturas agrícolas, como frutos e flores. A realização regular do curso de Apicultura Básica pelo Senar/MS tem proporcionado a expansão da apicultura com as qualidades técnicas desejáveis”, destaca Bortolini.

O curso de Apicultura Básica tem carga horária de 24 horas e irá abordar medidas de segurança no trabalho, cooperativismo, exigências profissionais no mercado de trabalho, histórico da apicultura, custos e manejo de implantação do apiário.

No mês de junho, o Senar /MS oferece 308 cursos e capacita mais de 4.600 produtores e trabalhadores rurais em Mato Grosso do Sul. O curso de Produção Caseira de Pães, Bolos, Biscoitos e Salgados, por exemplo, será ministrado em 13 municípios. Para mais informações, acesse o site www.senarms.com.br, ligue no (67) 3320-9700 ou entre em contato com o Sindicato Rural do município onde o curso será realizado.