Senar/MS implanta programa Jovem Aprendiz Rural para atender usinas sucroenergéticas
Senar/MS implanta programa Jovem Aprendiz Rural para atender usinas sucroenergéticas
A partir de agosto, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul disponibilizará mais um programa educacional para apoiar jovens e adolescentes na formação profissional. Trata-se do Seja – Senar Jovem Aprendiz, projeto que oportuniza a qualificação profissional e desenvolve competências e habilidades para o trabalho oferecido por empresas do setor rural.
Com carga horária de 960 horas, o programa é dividido em aulas teóricas e práticas e tem como público alvo, jovens e adolescentes, entre 14 e 24 anos, que estejam cursando ou concluído o ensino fundamental ou médio. A iniciativa surgiu a partir da demanda de empresas do setor sucroenergético no Estado que necessitam ampliar o quadro de colaboradores, porém, selecionam os que possuem qualificações específicas para o trabalho realizado cotidianamente.
De acordo com a pedagoga e coordenadora do Senar Jovem Aprendiz, Elizete Nunes Ramos, o projeto teve início após reunião realizada em março deste ano com representantes do Ministério do Trabalho e Emprego e das empresas solicitantes. “Nos comprometemos a formatar o programa e preparar nossos instrutores para ministrar a formação. A primeira qualificação será ‘Aprendizagem em Mecânica e Manutenção de Tratores’, por ser uma das ocupações mais solicitadas entre os demandantes”, detalha.
Para que o programa seja implementado um grupo de 12 instrutores do Senar/MS participa, entre os dias 13 e 17 de julho, de uma oficina de formação, onde receberão metodologia diferenciada no atendimento a adolescentes e jovens. A responsável pela capacitação é a analista educacional, Jussara Pedroso, que esclarece as particularidades previstas para este público. “Nossa proposta é levar aos instrutores subsídios técnicos e práticas atualizadas da pedagogia a fim de prepará-los para atender e dialogar com o público jovem”, avalia.
Elizete pontua que as empresas interessadas em participar do programa devem enviar um ofício para o Senar/MS, em Campo Grande, detalhando a qualificação desejada e o número de vagas oferecidas. “Neste primeiro momento vamos atender a solicitação de duas empresas sucroalcooleiras, mas, contamos com mais 22 capacitações que poderão ser implantadas a partir da necessidade dos solicitantes”, argumenta.
A qualificação de Aprendizagem em Mecânica e Manutenção de Tratores é focada no controle e processos industriais e oferecerá ao participante uma formação inicial que permitirá atuar na manutenção preventiva e corretiva de tratores e sistemas agrícolas mecanizados. O Senar/MS acompanhará a evolução do jovem aprendiz no ambiente de trabalho, para comprovar a frequência escolar e as condições de aprendizagem. Enquanto isso, as empresas serão responsáveis por orientar os aprendizes durante o programa, monitorando as atividades relacionadas à prática profissional desenvolvida na sede da empresa.
Um dos instrutores que participa da oficina é o engenheiro agrônomo, David Bambil Dias, que ministra cursos de FPR – Formação Profissional da instituição, há quase 10 anos. Com ampla experiência na formação profissional de produtores e trabalhadores rurais, considera que o programa será fundamental para o aumento de profissionais no agronegócio. “O Jovem Aprendiz Rural é inovador para o Estado e atenderá uma necessidade que já tinha sido identificada por nossa equipe. Recebi vários relatos de sindicatos, prefeituras e empresas no interior que desejam cursos com uma carga horária e conteúdos mais consistentes e que preparem os jovens para o mercado de trabalho”, revela.
Bambil afirma que a iniciativa de formar este público possui um caráter social significativo, já que proporcionará a permanência dos jovens com a família e nas localidades onde residem. “Em busca de melhores salários, uma grande parcela de jovens ainda sai do município onde vive para estudar e trabalhar. A aptidão agropecuária de nossa região vem oferecendo mais possibilidades de que estes cidadãos não tenham que migrar para outros lugares”, conclui.