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Sistema de integração recupera pastagens degradadas em Figueirão

Sistema de integração recupera pastagens degradadas em Figueirão

23/03/2015 - 16:30

Há pouco mais de um ano, o município de Figueirão, localizado na região centro-oeste de Mato Grosso do Sul participa do programa Mais Inovação, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. O atendimento oferecido pela equipe técnica na Fazenda 3R, que trabalha com pecuária de cria, recria e engorda possibilitou a implantação de uma unidade de pesquisa da Fundação MS, inédita no Estado.

Os primeiros resultados da pesquisa foram apresentados na última sexta-feira (20), durante um dia de campo realizado na Fazenda 3R e contou com a presença da diretoria do Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Sindicato Rural de Figueirão, técnicos do Senar/MS e produtores vizinhos que aproveitaram para conhecer mais detalhes sobre a integração de agricultura e pecuária.

A experimentação foi formatada após o reconhecimento do potencial da região no sistema de ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, procurando soluções adequadas ao problema de degradação de pastagens. Teve início então uma série de averiguações com plantio de consórcios de milho, soja, sorgo e capim, aliada com aplicação de tecnologias agrícolas para correção e nutrição.

Segundo o diretor executivo da Fundação MS, Alex Marcel Melotto, o objetivo principal é avaliar as alternativas que podem ser utilizadas na reforma de pastagens, considerando as características do solo e clima da região. “Nosso foco não é a conversão da pecuária ao sistema ILPF e sim a recuperação das áreas degradadas. Com os resultados obtidos aqui comprovaremos que a agricultura pode ser utilizada neste processo e ainda gerar lucro ao pecuarista. Neste período já identificamos os diferenciais climáticos e quais os componentes agrícolas mais eficientes”, detalhou.

Melotto lembrou que os resultados terão retorno em médio e longo prazo, pois, dependem de continuidade de utilização das tecnologias. “A pesquisa não é rápida, deve demorar entre três e cinco anos, pois precisamos avaliar com precisão, qual a melhor resposta obtida pelas culturas após o manuseio das tecnologias”, apontou.

Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Figueirão, Sérgio Luiz Faria, o trabalho realizado pela Fundação MS e o Senar é essencial para respaldar o potencial agropecuário da região. “Os dados obtidos com o trabalho do programa Mais Inovação e da Fundação MS já começaram a despertar interesse de produtores de outras regiões como São Gabriel do Oeste, Chapadão do Sul, Rio Brilhante e Dourados. Acredito que a melhor propaganda é o boca a boca e os visitantes puderam verificar que nossa região pode sim atuar em outras atividades econômicas”, opinou.

Faria argumentou que em Figueirão a atividade predominante é a pecuária de criação, mas que alguns produtores já começaram a experimentar alguns cultivares. “Nossa produção é basicamente a de bezerros para venda e somos referência no Estado. No entanto, alguns produtores estão plantando Pinus e sementes de braquiária e outros assistidos pela assistência técnica do Mais Inovação iniciaram o cultivo de mandioca no início do ano”, revelou.

Opinião dos produtores – O proprietário da Fazenda 3R, Rubens Catenacci, afirmou que apoiou a iniciativa desde o início por considerar que auxiliará a todos os produtores. “Apoiei a pesquisa para entender qual a melhor forma de recuperar o pasto e compartilhar a informação com os outros produtores. Com os resultados apresentados aqui foi possível verificar que a integração como a que está sendo implantada aqui realmente é a mais correta e mais econômica, além de gerar lucros”, avaliou.

Para o produtor, Claudir Gonçalves, um dos convidados a conhecer o sistema de integração, a pesquisa pode se tornar um modelo a ser seguido por todos os pecuaristas. “Observei que o sistema é bastante organizado e oferece a possibilidade de diversificação de atividades. Muitos de nós já enfrentaram dificuldades em tempos de crise e a rotação de culturas aliada a pecuária pode nos dar suporte para expandir nossas atividades”, considerou.