Técnicas de manejo com baixo custo é destaque no dia de campo do Mais Leite
Técnicas de manejo com baixo custo é destaque no dia de campo do Mais Leite
O terceiro dia de campo promovido pela equipe do programa Mais Leite, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, no município de Coxim, durante a Feira do Agronegócio realizada no dia 8 de julho comprovou que os produtores de pecuária leiteira da região norte procuram estar atualizados sobre as tecnologias que podem ser utilizadas em suas propriedades.
É o caso da produtora Tereza Campos Carmo, moradora há quatros no arrendamento Santo Antônio. Ela conta que as informações apresentadas nas estações foram importantes e auxiliarão no manejo diário com os animais. “Os ensinamentos acendem uma luz na cabeça da gente e mesmo já tendo experiência na lida percebo que todo dia aprendo algo novo. Participo do programa Mais Leite e fiquei surpresa em aprender como posso aproveitar materiais simples na construção de equipamentos utilizados no espaço da ordenha”, opinou.
A afirmação da dona Tereza foi feita após assistir as explicações na estação de ‘Instalações Alternativas’, na qual o técnico revela como aproveitar materiais existentes na propriedade para melhorar o manejo dos bovinos de leite. Entre as dicas detalhadas pelo supervisor do Mais Leite, Nivaldo Passos estão: balde com esguicho para higienização dos tetos da vaca, bebedouro de bombona (embalagem plástica semelhante a um tambor plástico), postes para piquete feitos a partir de bambu e garrafas pet e curral construído com pneus usados. “Nosso objetivo é esclarecer o produtor que existem várias opções para diminuir os custos com a produção de leite e por isso, trouxemos ‘inventos’ idealizados por profissionais e produtores experientes. Temos opções que vão desde a construção dos piquetes até a higienização na hora da ordenha”, argumenta o supervisor do programa Mais Leite.
Troca de experiências – A diretora-secretária do Sistema Famasul, Terezinha Cândido observa que o dia de campo vem preencher a necessidade que os produtores da região têm por informação sobre a atividade rural. “Reunimos aqui 270 produtores de nove municípios do norte do Estado procurando melhorar o desempenho de suas propriedades. Isso reforça de que o Senar/MS está cumprindo sua missão de levar desenvolvimento profissional e social ao homem do campo”, pontua.
Um grupo de produtores do assentamento Serra, em Paranaíba aproveitou a oportunidade para colher informações sobre fruticultura e produção de leite. O produtor Sebastião Pereira de Jesus é um dos mais antigos moradores da localidade e hoje comemora o aumento dos lucros ao aliar o plantio de maracujá na atividade leiteira. “Fui um dos primeiros a acreditar que podíamos diversificar as atividades e, com o maracujá dobrei minha renda que foi de R$ 1.250 para quase R$ 3 mil”, comemora.
O vizinho de propriedade Nádio Pereira relata que a união dos produtores foi fundamental para esta mudança na condição financeira. “Eu já vinha pesquisando há algum tempo de que forma poderia aumentar minha rentabilidade e conversando com os amigos do assentamento decidimos pedir apoio do sindicato rural de Paranaíba que trouxe vários cursos do Senar/MS. Agora estamos otimistas com o futuro e animados em incluir outros cultivos para aumentar nossa produção leiteira”, argumenta.
Na estação de ‘Volumosos de Alta Perfomance’, os participantes tiveram acesso a informações técnicas sobre as forrageiras que melhor se adaptavam ao solo e clima da região, além de impactarem diretamente no aumento da produção leiteira. “Os cultivares com melhor adaptação para áreas de solo misto ou arenoso são o Piatã, Convert, Massai e Paiaguás. O produtor pode ainda consorciar leguminosas como o feijão guandu que aumentará o teor proteico do alimento”, recomendou o técnico de campo Deilton Medeiros durante a apresentação.
Outro exemplo prático e de fácil implantação na propriedade de bovinocultura de leite foi apresentado pelo técnico do Mais Leite, Diego Siqueira que atende 30 produtores de Coxim e Pedro Gomes. “Estamos compartilhando uma iniciativa eficiente para alimentação das vacas que foi implantada pelo produtor Vanderlei Pereira, do assentamento Amarulina. Ele reservou um hectare da propriedade, plantou o capim elefante que rendeu 17 sacos de silagem com 420 kg após o manejo feito manualmente”, justifica.
Na avaliação do presidente do sindicato rural de Camapuã, Saturnino Pereira, o dia de campo em formato unificado foi muito importante para os produtores da região norte. “A oportunidade que os visitantes estão tendo aqui é única, pois trata de várias atividades que podem ser implantadas nas propriedades. Na minha região existem várias famílias com áreas pequenas que precisam de opções de renda como as apresentadas aqui”, finaliza.