Visita técnica do Senar/MS comprova eficácia de manejo e genética na produção de leite
Visita técnica do Senar/MS comprova eficácia de manejo e genética na produção de leite
“Decidi investir na produção de leite por ser a atividade que na atualidade mais tem oferecido opção de renda para o pequeno produtor”. A afirmativa feita pela produtora Francisca da Silva Araújo durante a visita técnica do programa Mais Leite, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, reforça a necessidade de apoiar os empresários da pecuária leiteira em Mato Grosso do Sul.
Os resultados têm sido comprovados no atendimento realizado pelo ATeG – Assistência Técnica e Gerencial a 850 famílias em 34 municípios, com acompanhamento mensal das propriedades e foco no planejamento, manejo e sistema produtivo. Uma das ações desenvolvidas é a realização de visitas técnicas em propriedades que apresentam desenvolvimento e rentabilidade na atividade leiteira.
Dona Francisca participou da visita realizada à fazenda Fazendão, no perímetro rural de Campo Grande, que registra mais de 40 anos dedicados à produção de leite. O grupo formado por 25 produtores de Terenos e assistidos pelo programa Mais Leite recebeu uma ‘verdadeira aula’ sobre manejo e melhoramento genético. “Estou satisfeita em conhecer a realidade de uma propriedade que soube investir e contabiliza resultados positivos. Os esclarecimentos que recebi aqui demonstram que eu e meu esposo estamos no caminho certo ao seguir as orientações de nossa técnica do Senar/MS”, avalia.
O produtor Ronan de Souza Salgueiro recepcionou o grupo e destacou os quesitos mais importantes a serem adotados na pecuária de leite. “Meu pai começou este trabalho, o qual dei prosseguimento, e posso afirmar que os pontos mais importantes são a genética, alimentação e dedicação aos animais. Implantamos um acompanhamento minucioso do processo produtivo e investimos em melhoramento genético, especificamente na raça Girolanda”, detalha.
A propriedade com 300 hectares produz atualmente quase 800 litros de leite com 66 animais em lactação, considerando o período de seca. “No período das águas alcançamos 1,5 mil litros e planejamos outras melhorias como irrigação do pasto. A melhor alternativa é implantar a inseminação artificial para controlar a fertilização dos animais, já que o melhor momento para nascimento dos bezerros é nesta época”, observa Salgueiro.
Aprendizado que desperta – Ademar Ferreira da Silva é produtor de leite em Terenos e afirmou estar animado com as técnicas utilizadas na propriedade Fazendão. “Estou há 18 anos no assentamento Paraíso e já tentei trabalhar com outras atividades rurais que acabaram por não atender minhas expectativas. Com o início do programa Mais Leite e a participação na cooperativa Cooplaf – Cooperativa Agrícola Mista da Pecuária de Corte e Leiteira e da Agricultura Familiar de Terenos, percebi que trabalhando em conjunto poderia melhorar meus rendimentos e aperfeiçoar o manejo da minha área. O contato que tivemos aqui é importante para conhecer outras ideias e conhecermos os resultados positivos de outros produtores”, argumenta o cooperado.
Na propriedade funciona o sistema extensivo, com 90% do rebanho inseminado e ordenha realizada duas vezes ao dia com bezerro ao pé. A pastagem utilizada é composta por Braquiária e Mombaça, com utilização de silagem feita a partir de cana-de-açúcar para os adultos e casca de soja aos bezerros. “O leite produzido aqui é comercializado para a Lactális e adotamos o sistema 5S de qualidade na produção. Outras medidas que tomamos e que auxiliam muito na verificação dos custos é a medição de leite produzido por animal. Vivemos um bom momento no preço do leite pago ao produtor, no entanto, é uma situação que oscila frequentemente e temos de adequar nosso planejamento conforme a cotação do produto”, conclui.
Ao final da visita, Francisca pontuou quais orientações oferecidas pela técnica de campo foram mais positivas na produção do leite em sua propriedade. “Começamos a acompanhar com mais atenção o período de lactação e estamos reformando toda a pastagem da nossa área. Já estamos com sete piquetes prontos e optamos por plantar capim Piatã porque nossos animais responderam melhor na ordenha. As informações que recebi nas visitas técnicas também me mostraram que preciso investir no melhoramento genético do rebanho”, finaliza a produtora.