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Zé Pádua: “CNA Jovem abriu minha cabeça”

Zé Pádua: “CNA Jovem abriu minha cabeça”

22/09/2016 - 09:15

Com 26 anos e construindo uma bagagem de conhecimentos pessoais e técnicos, José Carlos de Pádua Neto, mais conhecido como Zé Pádua, é um dos representantes de Mato Grosso do Sul no CNA Jovem – Etapa Nacional. Conheça um pouco mais sobre o jovem de Campo Grande que está a caminho da aprendizagem sobre liderança rural.

 

Sistema Famasul – Conte um pouco sobre você, sua trajetória profissional e pessoal.

 

Zé Pádua – Minha família é do interior de São Paulo, meus avós e bisavós eram pequenos produtores na região, na divisa com Minas Gerais. Meu pai se formou em Medicina Veterinária e, no final dos anos 80, veio trabalhar no Mato Grosso do Sul. Vim para cá com um ano de idade e cresci aqui, mas voltei para o interior de São Paulo para cursar Medicina Veterinária, na UNESP – Universidade Estadual Paulista de Jabuticabal.

 

Retornei para a Cidade Morena em 2013 para trabalhar com pecuária de corte. Comecei a trabalhar em uma empresa de nutrição e tive a oportunidade de conhecer bastante o Estado, visitando propriedades rurais em várias cidades durante esse período. Agora, há um ano, trabalho em uma empresa de consultoria, gestão e planejamento de fazendas de pecuária de corte e agricultura.

 

Sistema Famasul – A escolha em cursar Medicina Veterinária foi influência da família?

 

Zé Pádua – O primeiro contato com certeza foi por meio da família, por meu pai ser veterinário, e, então, o interesse veio naturalmente. Posso dizer, sim, que a influência foi dele. Porém, hoje eu vejo que o nosso trabalho na pecuária vai muito além da veterinária. Utilizo conhecimento de outros cursos, como Zootecnia, Agronomia, Administração e até Psicologia. É um trabalho bem amplo.

 

Sistema Famasul – Como foi o chamado para o CNA Jovem – Etapa Estadual?

 

Zé Pádua – Meu primeiro contato foi através do Rafael Gratão (presidente do MNP – Movimento Nacional de Produtores) e da Roberta Maia, principalmente. Foram eles que me comunicaram sobre o CNA Jovem e eu fiz a inscrição. Eu também tinha um contato prévio com a Famasul, de outros eventos que participei.

 

Sistema Famasul – Como você avalia o Zé Padua de antes e depois do CNA Jovem – Etapa Estadual?

 

Zé Pádua – Foi uma jornada que abriu muito a minha cabeça. Hoje eu tenho uma visão mais ampla do próprio Estado, por ter conhecido pessoas de várias cidades de MS, e tenho um conhecimento mais tangível sobre o funcionamento e a relevância do trabalho das instituições Sistema Famasul e CNA. Me sinto parte de tudo isso, independente de vínculos empregatícios, sou um agente de responsabilidade dentro de todo esse sistema. Essa, com certeza, foi a grande mudança.

 

Sistema Famasul – Conte mais sobre o projeto escolhido para a Etapa Nacional.

 

Zé Pádua – Meu projeto é um trabalho feito dentro das escolas privadas, no Ensino Médio, e a ideia é levar os conceitos do agronegócio e correlacioná-los com as disciplinas dadas em sala de aula. Seria uma espécie de interdisciplinaridade, mostrando como os temas estudados em sala relacionam-se com cada conceito do agro. Além disso, os alunos do Ensino Médio já estão mais próximos da decisão de qual faculdade cursar, então pode ser um incentivo pra trazê-los para o agro.

 

O objetivo fazer com que entendam melhor como funciona o setor, e, da mesma forma, contribuir para que entendam melhor as disciplinas, mostrando a aplicação dos conhecimentos dados em sala de aula. E, também, plantar uma semente. Dali podem sair pessoas interessadas em fazer um curso dentro da nossa área, ou até mesmo um curso que não seja exatamente da área, mas que possa trazer benefícios ao setor. Por exemplo, a pessoa pode estudar Engenharia da Computação e ser desenvolvedor de algum software que vai contribuir positivamente para o agronegócio.

 

Sistema Famasul – Qual sua expectativa com o CNA Jovem Nacional?

 

Zé Pádua – A Etapa Nacional contribui para abrir a cabeça em um nível muito maior. Já participei de dois encontros do CNA Jovem Nacional e lá pude conhecer pessoas de quase todos os estados brasileiros, de outras culturas e costumes. É extremamente enriquecedor, pois temos contato com ideias e realidades diferentes e, assim, nos complementamos.

 

Tudo está sendo muito bem conduzido e planejado. Todas as atividades realizadas têm um objetivo e uma efetividade em nosso desenvolvimento. É um processo muito intenso e de uma imersão enorme, entramos de cabeça nas temáticas desenvolvidas e a todo tempo somos instigados pelos monitores e coordenadores. São atividades que levantam discussões o tempo todo, nos levando a pensar e refletir sobre vários temas.

 

Não é apenas um momento de cada um absorver conhecimento, mas também de compartilhar com todos o que temos aprendido e assim contribuir para o desenvolvimento coletivo. Essa é a grande ideia.

 

Sistema Famasul – Como você vê a inserção do jovem na liderança rural?

 

Zé Pádua – Eu vejo uma inserção tímida ainda. Agora o propósito é que essa inserção aumente.

Acredito que ainda há uma falha de comunicação por parte das lideranças atuais para atrair mais os jovens para o meio, e ao mesmo tempo, uma falta de interesse destes jovens em participarem. Programas como o CNA Jovem surgem para realizar essa aproximação e mostrar a realidade do setor. E é uma realidade dura. Temos que estudar e trabalhar muito, não é fácil chegar aonde algumas pessoas chegaram. Temos um longo caminho a percorrer e, nesse meio tempo, é fundamental ter paciência. Então, apesar de ainda tímida, acredito que essas ações vão contribuir muito para que aumente a inserção de jovens no setor. É uma grande oportunidade.

 

Sistema Famasul – Com tudo o que você tem visto, em sua opinião, quais são os principais desafios do agronegócio?

 

Zé Pádua – Nosso grande desafio é conseguir captar todas as informações e conhecimentos já existentes e aplicá-los com sabedoria em nosso setor. Há muito que foi feito e está sendo feito, e não é utilizado como deveria. Temos que colocar esse conhecimento em prática, e, ao mesmo tempo, comunicar isso melhor para o Brasil e o mundo. Acho que essa é uma das grandes falhas do setor, a falta de comunicação. Nós não mostramos muito bem o que fazemos. Não mostramos como todo o desenvolvimento do agro vai influenciar em outros setores e na vida das pessoas. Então podemos, e devemos, fazer uso dessas novas ferramentas e mídias sociais para mudar essa questão.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa Sistema Famasul – Ana Brito / Bruna Fioroni